ATA DA VIGÉSIMA REUNIÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA
COMISSÃO REPRESENTATIVA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 30.07.1997.
Aos trinta dias do mês de julho do ano de mil novecentos e noventa e
sete reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Comissão
Representativa da Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas e trinta
minutos foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell,
Clovis Ilgenfritz, Eliseu Sabino, Fernando Záchia, Gerson Almeida, Guilherme
Barbosa, Isaac Ainhorn, José Valdir, Juarez Pinheiro, Maria do Rosário, Nereu
D'Ávila, Paulo Brum, Reginaldo Pujol e Renato Guimarães, Titulares, e Antônio
Losada, João Carlos Nedel e Lauro Hagemann, Não Titulares. Constatada a
existência de "quorum", o Senhor Presidente declarou abertos os
trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias da Ata da Décima
Oitava Reunião Ordinária que, juntamente com a Ata da Décima Sétima Reunião
Ordinária, foi aprovada. À MESA foram encaminhados: pelo Vereador Adeli Sell, a
Indicação nº 82/97 (Processo nº 2258/97); pelo Vereador João Dib, os Pedidos de
Informações nºs 118, 119 e 120/97 (Processos nºs 2261, 2262 e 2301/97,
respectivamente); pelo Vereador Juarez Pinheiro, a Indicação nº 86/97 (Processo
nº 2310/97). Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 323/97, do Senhor Prefeito
Municipal de Porto Alegre; 09/97, do Senhor Carlos Gaustaud Gonçalves,
Presidente da Junta Comercial do Estado do Rio Grande do Sul - JUCERGS; 279/97,
da Senhora Sulamita Santos Cabral, Vice-Presidente do Instituto dos Advogados
do Rio Grande do Sul - IARGS e Diretora da Escola Superior de Estudos Jurídicos
- ESEJ; 1205, 1214, 1216 e 1218/97, do Senhor Gilberto Mussi, Chefe da Casa
Civil Adjunto - RS; s/nº, da Associação de Jovens Empresários; s/nº, da
Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul - FARSUL; s/nº, do
Senhor Jorge Urruth, Diretor do Jornal "O Farol"; Convites: do Major
Brigadeiro-do-Ar Carlos Oscar Cruz Ferreira, Comandante do Quinto Comando Aéreo
Regional, para a Solenidade Militar comemorativa ao aniversário de Alberto
Santos Dumont; da Artes e Ofícios Editora, do Consulado-Geral da Espanha, da
Viação Aérea Rio-Grandense - VARIG e dos Autores, para a cerimônia de
lançamento do livro "Traçando Madrid"; da Federação das Associações
Comerciais do Rio Grande do Sul - FEDERASUL, para reunião-almoço; da Senhora
Wrana Maria Panizzi, Reitora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul -
UFRGS, para a solenidade de entrega do título de Professora Emérita à Doutora
Maria Marques; do Doutor Iris Rezende, Ministro da Justiça, e do Doutor Vicente
Chelotti, Diretor do Departamento de Polícia Federal - DPF, para a cerimônia de
posse do Superintendente Regional do DPF no Rio Grande do Sul; do Senhor
Prefeito Municipal de Porto Alegre, para a solenidade de posse
oficial da Casa Doutor Jacintho Godoy; da Comissão Organizadora do
Seminário Internacional "Globalização,
Neoliberalismo e Privatização",
para a Abertura do Seminário; Fax: da Senhora Ana Amélia de Mello Franco,
Assessora do Cerimonial do Grupo FENASOFT; do Senhor Antônio Britto, Governador
do Estado do Rio Grande do Sul, e do Senhor Günther Staub, Secretário de Estado
do Turismo/RS; Impressos: do Departamento Municipal de Água e Esgotos - DMAE,
convidando e enviando programação do Seminário do Plano Diretor de Esgotos -
Alternativas para coleta e tratamento de esgotos em Porto Alegre; da Empresa
Portoalegrense de Turismo S.A. - EPATUR, enviando programação cultural. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Dib discorreu sobre Pedidos de
Informações de sua autoria, relativos ao número de funcionários da Companhia
Carris Portoalegrense que se encontram cedidos à Prefeitura Municipal, à
viabilidade do pagamento de parte do décimo terceiro salário aos municipários e
à convênio firmado entre o Departamento Municipal de Limpeza Urbana - DMLU e a
Fundação Universidade-Empresa de Ciência e Tecnologia - FUNDATEC, para estudo
de motor de explosão utilizando gás. Em COMUNICAÇÃO DE PRESIDENTE o Vereador
Clovis Ilgenfritz registrou as presenças dos Senhores Marco Junio de Faria
Godinho e Ricardo Wagner Viana Pereira, respectivamente, Assessor Técnico e
Diretor Legislativo da Câmara Municipal de Vitória/ES, e Paulo Mesquita D'Ávila
Filho, doutorando em Ciências Políticas pelo Instituto Universidade de Pesquisa
do Rio de Janeiro - IUPERJ. Refutou informações do Jornal Correio do Povo,
acerca da demissão da Chefe da Assessoria de Relações Públicas da Casa, Senhora
Magda Chagas. Ainda, discorreu sobre os eventos preparados pelo Memorial e pela
Assessoria de Relações Públicas deste Legislativo, referentes ao aniversário da
Câmara Municipal de Porto Alegre. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Fernando
Záchia analisou a maneira como vem
sendo conduzido o Diretório Metropolitano do PMDB em Porto Alegre, afirmando
que, apesar de questionar sua direção, continuará lutando para que o partido
mantenha sua história de lutas e conquistas democráticas. A seguir, constatada
a existência de "quorum", foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão
Geral e Votação, foram aprovadas as Indicações nº 50, 68, 69 e 71/97 e foi
rejeitada a Indicação nº 73/97. A seguir, foram aprovados os seguintes Requerimentos:
de nº 172/97 (Processo 2323/97 -
Representação da Casa na Semana Municipal da Pessoa Portadora de
Deficiência, em Rio Grande), de autoria do Vereador Paulo Brum; de nº 171/97
(Processo nº 2316/97 - Representação da Casa no Simpósio de Integração
Municipalista, em Brasília), de autoria do Vereador Reginaldo Pujol, sendo que,
durante a apreciação deste Requerimento, o Senhor Presidente prestou
informações acerca da escolha do nome do Vereador Reginaldo Pujol para
representar a Casa no referido evento. Na ocasião, a Vereadora Maria do Rosário
comunicou que, juntamente com a Vereadora Sônia Santos, deixou de
representar este Legislativo
durante o Festival Internacional
da Juventude, em Cu ba,
face à impossibilidade de retorno dentro
do prazo da autorização
legislativa concedida para tal. Ainda, o Senhor Presidente registrou a
cedência de espaços deste Legislativo para a realização de eventos integrantes
do 7º Foro de São Paulo. Em COMUNICAÇÕES, a Vereadora Maria do Rosário,
discorrendo sobre os problemas enfrentados pela criança em nosso País,
registrou o lançamento, ontem, de dois Núcleos de Apoio Sócio-Familiar, nos
Bairros Lomba do Pinheiro e Partenon, integrantes de um programa de propostas
de trabalho que atendem o estabelecido pelo Estatuto da Criança e do
Adolescente quanto à assistência social ao menor carente. O Vereador João Dib,
lembrando que a lei autoriza o pagamento de parte do décimo-terceiro salário a
partir do mês de julho, questionou os motivos pelos quais tal não foi realizado
pelo Executivo Municipal, tendo em vista a existência dos recursos necessários
para esse fim e as dificuldades financeiras enfrentadas pelos municipários. O
Vereador Carlos Garcia parabenizou-se com os rodoviários pelo acordo salarial
firmado pela categoria, o qual lhes garantiu um reajuste de aproximadamente dez
por cento. Criticou, contudo, a possibilidade de aumento nos valores das
tarifas do transporte coletivo, lamentando a aprovação, na Casa, da Lei que
viabiliza a concessão de mais de um aumento anual dessas tarifas. O Vereador
Adeli Sell registrou sua preocupação com a falta de professores e de recursos
materiais observada em escolas estaduais de Porto Alegre, comentando
mobilização levada a efeito pelo magistério público estadual na busca de
melhorias salariais e de condições de trabalho. O Vereador Renato Guimarães
solicitou uma fiscalização mais rigorosa dos órgãos competentes quanto aos
cabos de transmissão do sinal da Empresa NET, os quais são implantados nos
postes da Companhia Estadual de Energia Elétrica. Também, comentou denúncias de
sonegação fiscal veiculadas pela Revista Veja contra a Empresa Golden Cross,
solicitando um maior debate sobre a concessão de abatimentos fiscais pelo Governo
Federal. Na ocasião, o Senhor
Presidente registrou as presenças do Deputado Federal Gilnei Viana, do Estado
do Mato Grosso, do Vereador Suplente Gilberto Batista, que entregou convite
para sua posse junto ao Rotary Club Sarandi, no dia onze de agosto do corrente,
e do Engenheiro Nelson Maltz, que entregou convite para a inauguração do Jardim
do Sol Strip Center, no dia oito de agosto do corrente. Em continuidade, o
Senhor Presidente concedeu a palavra ao Deputado Federal Gilnei Viana, que
agradeceu a acolhida recebida da Casa, discorrendo sobre os motivos de sua
presença em Porto Alegre, para participar do 1º Foro de São Paulo. Em
COMUNICAÇÕES, o Vereador Cyro Martini saudou a presença do Deputado Federal
Gilnei Viana. Registrou sua preocupação com os acontecimentos que vêm
envolvendo as polícias civis e militares do País, face à mobilização dessas
categorias em busca de melhores condições de trabalho. Ainda, criticou reformas
realizadas pelo Governo Estadual
junto ao Departamento Estadual de Trânsito, declarando não atenderem elas aos
objetivos a que se propõe. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Gerson Almeida
saudou o acordo firmado pela
categoria dos rodoviários, o
qual garante um reajuste salarial de aproximadamente dez por cento, e salientou
a importância de um rigoroso controle dos valores da planilha de custos da
tarifa dos transportes coletivos urbanos. Ainda, classificou como ineficiente e
demorado o serviço oferecido à população pelo novo Departamento Estadual de
Trânsito. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Isaac Ainhorn comentou a forma positiva
como foram encaminhados os trabalhos da Casa durante o período de recesso
parlamentar. Registrou a realização, no corrente mês, do Congresso da Associação
Brasileira de Servidores de Câmaras Municipais, quando foi eleita a nova
diretoria dessa Associação, salientando a presença de integrantes deste
Legislativo entre os dirigentes eleitos. O Vereador Guilherme Barbosa,
reportando-se ao pronunciamento do Vereador Renato Guimarães, teceu críticas ao serviço oferecido pela
Empresa NET aos seus associados. Chamou a atenção para problemas enfrentados
pelo Corpo de Bombeiros da Capital, principalmente no que se refere à falta de
equipamentos adequados. Ainda, destacou matéria publicada ontem pelo Jornal
Correio do Povo, intitulada "Rio Grande do Sul já tem 1,5 milhão de
indigentes". O Vereador Gerson Almeida criticou a política econômica
adotada pelos Governos Federal e Estadual, analisando estudo efetuado por grupo
técnico da Companhia Riograndense de Telecomunicações, acerca de custos de
implantação de um sistema de telecomunicações no complexo da montadora de
veículos da General Motors. Também, relatou estudo apresentado pelo Prefeito
Raul Pont, acerca das conseqüências dos benefícios fiscais concedidos pelos
órgãos públicos. A Vereadora Anamaria Negroni procedeu a reflexões sobre o
momento político atual, analisando o significado de incidente observado na
Assembléia Legislativa do Estado, cujo Plenário foi invadido por manifestantes.
Ainda, criticou a atuação do Partido dos Trabalhadores frente aos movimentos
sociais da população, declarando verificar-se um incentivo à
"anarquia" sem a apresentação de soluções viáveis para os problemas
brasileiros. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Anamaria Negroni deu
continuidade ao seu discurso em Comunicações, analisando conceitos como
democracia, patriotismo e ética e protestando contra as formas de luta
assumidas pelo Partido dos Trabalhadores no País. Às doze horas e dezessete
minutos, constatada a inexistência de "quorum", o Senhor Presidente
declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a
Reunião Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos
pelos Vereadores Clovis Ilgenfritz e Paulo Brum e secretariados pelos
Vereadores Paulo Brum e Guilherme Barbosa. Do que eu, Paulo Brum, 1º
Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em
avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): O Ver. João Dib está com a
palavra em tempo de Liderança.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, no dia 28 de dezembro de 1992, a três
dias do término do mandato do Prefeito Olívio Dutra, o Diretor do Departamento
Municipal de Limpeza Urbana, Darci Campani, fazia um contrato com a FUNDATEC
para que se estudasse o motor de explosão utilizando gás, coisa que não cabia,
sem dúvida nenhuma, ao DMLU, que não tem nem recursos para se auto-sustentar,
necessitando dos recursos da Prefeitura Municipal, da Administração
Centralizada para poder fazer cumprir com os seus compromissos. Não havia por
que, três dias antes de deixar o Governo, três dias antes de deixar a
Administração da Limpeza Urbana, o Dr. Campani fazer tal contrato. Foi feito
com tanta pressa, mas com tanta pressa, que o pagamento de 112 milhões de
cruzeiros, à época, ao invés de ser feito para a contratada, FUNDATEC, foi
feito para a CIENTEC. A CIENTEC recebeu 112 milhões de cruzeiros à época, e o
motor, penso que tenha explodido por aí, porque até agora não ouvi falar.
Também quero saber, Sr. Presidente, qual é a situação atual do
reator misto, tipo incinerador, adquirido pelo Departamento Municipal de
Limpeza Urbana em 1990. São passados sete anos. Foi pago o incinerador-reator,
e até agora não ouvi dizer que ele esteja funcionando, ajudando a população de
Porto Alegre a ter menos problemas. Inclusive estou pedindo, caso esteja
funcionando - e posso estar completamente enganado; ele pode estar funcionando
-,quero saber se foi feito o controle da dioxina produzida e liberada na queima do lixo. Quero ver o
incinerador, e até gostaria de ser
convidado pelo Dr. Campani para visitar o incinerador em funcionamento.
E tenho um outro Pedido de
Informações, quanto aos servidores da Carris cedidos à Prefeitura Municipal,
por convênio, a partir de 1972, e muitos depois de 1972, com régios salários.
Anualmente, vinha a esta Casa um projeto de lei prorrogando o convênio. E, de
repente, há alguns anos, pelo menos há três, não veio mais nada. Eram uns 150
servidores, mais ou menos. Será que morreram todos? Espero que não, que não tenha morrido tanta gente da Carris de
uma vez só. Mas acontece que a Prefeitura continua pagando, tenho certeza
disso. Podem até ter morrido uns dez, mas 150, 180 não! E se ainda está em
vigor o convênio com a Carris, quero saber quantos são os servidores à
disposição do Executivo, onde se encontram lotados, qual foi a despesa mensal
do conjunto no último mês de junho e sob qual dotação orçamentária estão
correndo as despesas para esses
funcionários da Carris.
E, como último Pedido de
Informações, que não está escrito, eu gostaria que o Secretário da Fazenda
pudesse me responder: será pago aos servidores municipais da Administração Centralizada,
do DMLU e do DEMHAB - porque o DMAE já pagou - o 13º salário na
forma prevista numa lei de minha autoria, dizendo que de 30 a 50% do 13º
salário, a partir do mês de julho, podem ser pagos como uma antecipação, já que
a Prefeitura, como nós todos sabemos, é muito controlada, organizada e tem
muito dinheiro? O dinheiro para o 13º salário está depositado e não vale a pena
deixar render no sistema financeiro por 1,5 ou 2% ao mês, quando os servidores
estão pagando cheque-forte a
9,10,12,15% de juros, fora aqueles que são obrigados a procurar os juristas de
plantão a 25% ao mês. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Clovis Ilgenfritz está com a palavra em
Tempo de Presidência.
O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Primeiro, eu
queria informar que ontem tivemos a visita do Diretor Legislativo, Sr. Ricardo
Pereira, e do Sr. Marco Godinho, que é Assessor Técnico, ambos da Câmara
Municipal de Vitória. Eu falo isso porque é com orgulho que informamos que as
pessoas vêm de muito longe para ver como funciona a Câmara. A Diretora
Legislativa e o Diretor do Patrimônio ficaram à disposição e mostraram inúmeros
aspectos que essas pessoas vieram pesquisar. Eles fizeram uma visita rápida lá,
na Presidência, e ficaram impressionados com o grau de avanço a que a nossa
Câmara está conseguindo chegar.
Por outro lado, também está
nesta Casa um doutorando de Ciências Políticas do Instituto da Universidade de
Pesquisas do Rio de Janeiro, fazendo um trabalho junto à Casa para a sua tese.
São duas informações soltas, mas que nos parecem importantes.
Mas pedi Tempo de
Presidência porque, perante este Plenário e a Casa, é preciso que saibam as
coisas.
Saiu no jornal uma notícia e
fiquei muito preocupado, sem entrar no mérito. Na coluna do jornalista Armando
Burd, está dito assim:
“Cargo vago: a Chefia da
Assessoria de Relações Públicas da Câmara Municipal de Porto Alegre está vaga
depois que Magda Chagas pediu demissão há poucos dias. Ligada ao PT Amplo e Democrático,
atritou-se com o Presidente Clovis Ilgenfritz, que pertence a outra corrente do
Partido.”
Por causa desta situação, eu
não consigo dar dois passos fora desta Casa sem ser perguntado sobre o que
houve. Então, sinto-me na obrigação de dizer aos Srs. Vereadores que a
funcionária Magda Chagas ainda é funcionária da Casa e que a informação passada
aos jornais é destituída da verdade, tem uma segunda intenção e só pode ser
obra de algum covarde. Tem que ser covardia de quem fez isso. A funcionária Magda,
de fato, pediu demissão. Ela ameaçou
pedir demissão dia 30 de maio, mas não aceitei, porque tentei resolver os
problemas que ela tinha. Mas, ao invés de passar para mim os problemas, ela foi
direto ao Partido com uma carta. Eu revelei. Tentei, durante dois meses,
conversar com ela. Diga-se de passagem
que, profissionalmente, ela é muito competente, mas tem dificuldades de
comunicação, principalmente de entender qual é a lógica de trabalho desta
Câmara. Depois de vários apelos para que ela permanecesse - e isso está na
minha consciência muito claro -, ela fez questão de, dia 11 de julho,
apresentar a carta de demissão e disse-me: “Olha, Clovis, não tem mais nada de
problemas; eu quero ir embora, quero ir para outros setores. Eu tenho onde
trabalhar, e não é por isso; não estou me acertando e não quero ficar mais”.
Depois de muitos apelos, ela foi embora. Não vou revelar os problemas que ela
registrou na carta, porque essa é uma questão do Partido e eu não tinha dito a
ninguém. Não trouxe a público porque é uma questão interna.
Agora, dizerem que eu a
mandei embora porque é de outra tendência?! Que sei eu de que tendência é a
Magda! A Magda é uma companheira que foi contratada mediante concurso, e agora
este Vereador fica passando esse vexame
por causa de alguém que, covardemente, botou no jornal isso. Eu só quero deixar
claro que ela não foi demitida. Eu não demiti, não aceitei a demissão. Ela
ainda é funcionária, se quiser. Eu não vou assinar a demissão da Magda, porque
passei dos limites da minha possibilidade de comando desse processo. Por outro
lado, nunca esteve vago o cargo de Chefia da RP. As Relações Públicas estão
sendo respondidas por outra funcionária qualificada como Relações
Públicas, que foi indicada pelo PTB e
que está lá trabalhando - a Sra. Luísa Gonçalves Neves -, que está respondendo,
e muito bem, interinamente, porque a Magda pediu demissão e foi embora no mesmo
dia. Eu não assinei a demissão da companheira Magda. Então, eu quero deixar
claro isso para que não comecem a tomar atitudes que eu considero impensadas.
A Sra. Maria do Rosário: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Eu quero dizer a V. Exa. que, na verdade, trata-se de uma especulação
que não contribui para o andamento da Casa e que, se algum problema houve, certamente
a Presidência e a Mesa Diretora, que foi com quem essa funcionária se
relacionou durante todo esse período, tiveram capacidade de fazer com que a
Casa andasse da mesma forma. Trata-se de um afastamento de uma funcionária por
desejo dessa funcionária, pelo que o Presidente relata. Ou seja: a Casa precisa
andar com normalidade e essas especulações, de fato, não contribuem. Portanto,
coloco-me solidariamente à Mesa Diretora, a V. Exa. e também à funcionária,
que, quem sabe, já tomando outro caminho profissional, não precisaria, neste
momento, estar passando por essa situação, uma vez que tudo está acertado e que
é normal, na nossa vida parlamentar, funcionários ingressarem por um determinado período de trabalho e, depois, num
período seguinte, já não estarem mais conosco. Isso faz
parte até da composição de um currículo para uma pessoa, para um profissional,
e eu considero que devemos encarar isso com toda normalidade, deixando claro
que, nunca, nenhum problema que possa ter havido interferiu nos trabalhos da
Casa e do conjunto dos Vereadores.
O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: Obrigado. Eu fico preocupado, mais creio que, por
enquanto, isso ficará no âmbito da Câmara. Nós não podemos transformar uma
medida administrativa, um ato formal de uma funcionária, numa crise aqui na
Casa. Eu não tenho medo de enfrentar aqueles que, na calada da noite, estão
fazendo isso. Não tenho nenhum receio, porque estamos fazendo tudo com a maior
transparência. Vou comunicar ao Líder da Bancada que estarei aguardando uma
decisão nesse sentido.
Por outro lado, queríamos
dizer aos Srs. Vereadores que preparamos uma série de eventos para a Semana da
Câmara. Nós estaremos divulgando esses eventos que estão sendo preparados pelo
Setor de Relações Públicas, pelo Memorial e pelo Setor de Comunicação da Casa,
com a participação de toda a Mesa e Diretorias, para que nós tenhamos uma
Semana da Câmara mais significativa possível. Na sexta-feira pela manhã, vamos
reinaugurar o Memorial da Casa, e posso dizer aos Srs. Vereadores que o projeto
- feito por dois funcionários que hoje estão coordenando esse assunto, a Sra.
Bete e o Sr. Jorge, e que depois será melhor divulgado - é muito interessante sobre a questão da
história da Câmara. O nosso Memorial passará, se isso der certo, a ser
realmente um Memorial digno dos maiores elogios e do interesse de todos. Nós
temos vários obras passíveis de serem publicadas pelo Memorial, obras,
inclusive, de Vereadores e funcionários. Estamos preparando uma exposição
fotográfica com a história da Câmara, feita pelo nosso decano da fotografia, o
nosso fotógrafo Santinho, conhecido, experiente e querido por todos. Estaremos
distribuindo, dia 1º, o relatório do primeiro semestre.São coisas que estão
acontecendo, e penso que podemos ter diferenças, divergências, disputas aqui
dentro do Plenário, mas todos nós precisamos zelar pela Câmara. Eu sou
Presidente de todos e não vou aceitar ser comandado, cabresteado, tutelado por
ninguém. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): O Ver.
Fernando Záchia está com a palavra pela Liderança do PMDB.
O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, ao longo das
últimas semanas tem-se falado que este Vereador estaria descontente com o seu
Partido e até estaria pensando em trocar de partido. É importante que se façam
alguns esclarecimentos em relação ao meu Partido. Dizia o jornal desta semana
que o descontentamento do Ver. Záchia era em relação à condução do Diretório
Metropolitano de Porto Alegre e isso estava gerando esse descontentamento,
fazendo com que o Vereador fizesse uma reflexão da sua permanência no Partido.
O importante é registrar que o descontentamento é evidente, não com a Direção
do Diretório Metropolitano, mas com a situação do PMDB em Porto Alegre. O
objetivo deste Vereador é extremamente construtivo na medida em que o PMDB,
eleição após eleição, tem reduzido de uma maneira gritante a sua composição na
formação desta Casa legislativa. O PMDB, que, em 82, elegia cinco Vereadores
numa coligação com o PC do B, mas quatro Vereadores do PMDB, que naquela
eleição fazia com que o candidato César Schirmer fosse para um segundo turno,
enfim, mostrava que era um partido vivo em Porto Alegre, era um partido que
tinha uma relação com as suas bases extremamente intensas e isso produzia uma
questão política muito boa.
O mesmo partido que, em
1994, na eleição para governador, tinha um desempenho para um segundo turno em
Porto Alegre extremamente alentador, participativo das suas bases, não foi o
mesmo partido, Ver. João Dib, que, na eleição de 96, elegia somente dois
Vereadores e tinha o seu candidato a Prefeito entrando em quarto ou quinto na
colocação geral. Isso demonstrava claramente um decréscimo do Partido,
diferentemente da sua participação no Estado.
Isso tudo faz com que este Vereador reflita um pouco mais sobre a
participação e o porquê de o PMDB se encontrar nessa situação. Aí, sim, mostro
o meu descontentamento quando vejo que as suas bases partidárias estão
desassociadas da vida do Partido. E, sem dúvida nenhuma, isso tem originado o
decréscimo da participação desse Partido nas conquistas populares.
O PMDB, que sempre se
caracterizou por ter bandeiras muito claras nas questões sociais, hoje está
afastado dessas lutas e isso tem demonstrado, Conseqüentemente, a sua pouca participação
na base. Não é - é importante que se registre - uma crítica à Direção
Metropolitana do Partido, que até fez um esforço muito grande, empenhou-se para
que o Diretório Metropolitano ocasionasse uma vida política, mas - e aí é o meu
descontentamento maior - entendo que se deva, neste exato momento, fazer com
que a discussão venha para dentro do Partido. Por isso estou-me manifestando
somente agora publicamente: porque tenho lido nos jornais algumas inverdades. A
discussão tem que ficar dentro do Partido. Tem-se que trazer as zonais, as
bases do Partido para que nós, lá dentro, Ver. João Dib, possamos fazer essa
discussão.
Constatei, com tristeza, uma verdade que lia no “Correio do Povo”
nesse domingo, quando eu via que presidentes de zonais estão há dez anos no
poder no Partido, extremamente separados da discussão política, fazendo lá
pequenos feudos e, dentro desses feudos, tendo uma representatividade legítima
partidária, mas que nos tem trazido extremos problemas na convivência do
Partido.
Esse tem sido o descontentamento deste Vereador, que pensa no
crescimento e no fortalecimento do seu Partido. Não vou, nesse momento, querer
trocar de partido porque entenda que o PMDB está fora da sua linha ideológica: não, ele está fora de seu prumo
dentro de Porto Alegre, mas tem capacidade e condições de fazer um realinhamento, de fazer com que
voltem as suas grandes conquistas históricas, as suas buscas históricas e
políticas para que possamos ter um partido que cresça. Para que isso ocorra,
sem dúvida alguma, tem que haver esse enfrentamento das zonais, haver essa
disputa, para que se possa, havendo essa participação, constatar o crescimento
de um grande partido.
Queria fazer este
esclarecimento sobre a minha permanência no Partido. Nunca se pensou na saída
do Partido, mas sim no meu questionamento. Vou continuar questionando, vou
continuar lutando, pensando sempre na melhora e no crescimento do Partido.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Havendo quórum, passamos à
ORDEM DO DIA
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
PROC. 1594/97 - INDICAÇÃO Nº 050/97, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que
sugere ao Senhor Governador do Estado, através da Companhia Estadual de Energia
Elétrica - CEEE, a melhoria na rede domiciliar de distribuição, na Vila Dutra
Jardim, no Bairro Rubem Berta.
Parecer
- da 1ª Comissão Representativa.
Relator Ver. Juarez Pinheiro: pela aprovação.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão a Indicação 050/97. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA por unanimidade.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
PROC. 1922/97 - INDICAÇÃO Nº 068/97, de autoria do Ver. Carlos Garcia, que sugere
ao Senhor Governador do Estado, através da Companhia Riograndense de
Telecomunicações (CRT), seja instalado um telefone público, do tipo
"orelhão", na Av. Oscar Pereira, 5064.
Parecer
- da 1ª Comissão Representativa.
Relator Ver. Paulo Brum: pela aprovação.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão a Indicação 068/97. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
PROC. 1923/97 - INDICAÇÃO Nº 069/97, de autoria do Ver. Carlos Garcia, que sugere
ao Senhor Governador do Estado, através da Companhia Riograndense de
Telecomunicações (CRT), seja instalado telefone público, do tipo
"orelhão", na Av. Oscar Pereira, 4434 (Minimercado Agnolin).
Parecer
- da 1ª Comissão Representativa.
Relator Ver. Renato Guimarães: pela aprovação.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão a Indicação 069/97. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
PROC. 1932/97 - INDICAÇÃO Nº 071/97, de autoria do Ver. Carlos Garcia, que sugere
ao Senhor Governador do Estado, através da Companhia Riograndense de
Telecomunicações (CRT), seja instalado telefone público, tipo
"orelhão", na Av. Oscar Pereira, junto ao PSF (Programa Saúde da
Família - Equipe Vila Alto Embratel).
Parecer
- da 1ª Comissão Representativa.
Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão a Indicação 071/97. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
PROC. 1958/97 - INDICAÇÃO Nº 073/97, de autoria da Vera.. Anamaria Negroni, que
sugere ao Senhor Governador do Estado, através da Secretaria da Segurança
Pública, seja acionada a Brigada Militar, para que realize "blitz"
sistemática durante as madrugadas na Capital.
Parecer
- da 1ª Comissão Representativa.
Relator Ver. Carlos Garcia: pela aprovação.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão Indicação 73/97. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) REJEITADA.
Passamos aos Requerimentos.
Sobre a mesa, Requerimento de autoria do Ver. Paulo Brum, que requer autorização para representar esta Casa na “Semana Municipal da Pessoa Portadora de Deficiência”, em Rio Grande, no dia 25 de agosto.
Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
O SR. SECRETÁRIO: Sobre a mesa, Requerimento de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que
requer autorização para representar esta Casa no Simpósio de Integração
Municipalista, em Brasília, de 28 a 31 de julho.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa esclarece que o convite veio para a Câmara e foi confirmado na
última hora. Como o Ver. Reginaldo Pujol, que está mais ligado a área sobre a
qual o Simpósio está tratando, propôs-se, sem ônus para a Casa, de fazer a
representação, esta Presidência já tinha sido substituída, para assumir a
Prefeitura, exatamente pelo Ver. Reginaldo Pujol, não havendo, assim,
necessidade de votação da representação. Mas entendemos que ele tinha direito
às diárias, e ele assim o fez, solicitando-as à Mesa. O Ver. Reginaldo Pujol
ainda está nessa missão, e estamos sugerindo que seja votado pelo Plenário.
Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que estiverem de acordo permaneçam como estão. (Pausa.) APROVADO, com abstenção do Ver. João
Dib.
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (Esclarecimento): Queria dar uma informação a
esta Presidência e à Casa, de que eu e a Vera. Sônia Santos recebemos
autorização do Plenário para representarmos a Casa no Festival Internacional da
Juventude, que está acontecendo em Cuba. No entanto, apesar do esforço muito
grande da Casa no sentido de viabilizar essa representação, não foi possível
porque não havia possibilidade de essas Vereadoras se deslocarem até lá e
voltarem no prazo da autorização da Casa, e, obrigatoriamente, ficaríamos em
Havana num período muito longo por não conseguirmos voltar pela inexistência de
vôos. Nesse sentido, comunico à Casa que não poderíamos, nem eu, nem a Vera.
Sônia Santos, cumprir essa determinação que foi aprovada. Fizemos um
Requerimento a V. Exa. Comunico a todos os nossos colegas que não foi possível
exercermos a representação, apesar do esforço muito grande, que quero
reconhecer, dos funcionários da Casa em viabilizarem a representação, mas não
houve possibilidade. Obrigada.
O SR. PRESIDENTE: Acho que esse é um esclarecimento muito importante. Inclusive, a Mesa
já poderia ter feito e não fez. O Diretor do Patrimônio, Dr. Luís Afonso, fez o
possível e o impossível para ver se conseguia, mas nessa época, principalmente,
está havendo uma concorrência muito grande nos vôos e não houve condições.
Então, é uma pena, porque a representação da Câmara seria fundamental nesse
processo, ainda mais por duas Vereadoras tão representativas como a Vera. Sônia
Santos e a Vera. Maria do Rosário.
Nós esperamos que, em outra
oportunidade, nós possamos objetivar, fazendo as reservas com muita
antecedência. Todos os vôos para os Estados Unidos, para o Caribe e para a
Europa estão lotados durante os próximos meses. É muito difícil conseguir.
Então, feito esse
esclarecimento, queríamos dizer que na agenda semanal de eventos, de 28/07/97 a
03/08/97, que foi distribuída aos Srs. Vereadores, consta, em várias
oportunidades, a cedência de espaços da Casa para o VII Foro de São Paulo.
Ontem mesmo tivemos várias reuniões na Casa, digo tranqüilamente. Passo a
imagem que consegui receber: a de que vale a pena, independente das forças
partidárias que estejam nos representando. O foro é das esquerdas, mas vale a
pena conversar com as pessoas que estão vindo aqui.
A Câmara estará recebendo o
Prefeito do México, o Prefeito de Montevidéo. Quer dizer: o Foro em si não é na
Câmara, mas algumas atividades que eles chamam de Seminários do Foro são
realizados em vários locais da nossa Capital e, em alguns deles, a Câmara está
sendo prestigiada com presenças muito importantes de personalidades inclusive
européias, que vêm da França, Espanha, Áustria e da Inglaterra, e acho que
sempre vale a pena trocarmos opiniões. Até para o contraditório isso é
fundamental. Só estou dizendo que a Câmara está participando dessa forma. Os
Vereadores que têm interesse poderão participar.
Passamos ao período de
COMUNICAÇÕES
Tem a palavra o Ver. Renato
Guimarães. Ausente. Tem a palavra o Ver. Reginaldo Pujol. Ausente, em
representação da Casa. Tem a palavra o Ver. Paulo Brum. Desiste. Tem a palavra
o Ver. Nereu D'Ávila. Ausente. Tem a palavra a Vera. Maria do Rosário pelo
tempo regimental de dez minutos.
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, ocupo a tribuna nesta manhã no sentido de destacar o lançamento
ontem e, mais do que isso, a efetivação de dois núcleos sócio-familiar de
extrema importância para a Cidade de Porto Alegre: um na Lomba do Pinheiro e
outro núcleo no Partenon, no Campo da Tuca.
O Estatuto da Criança e do
Adolescente estabelece essa proposta de trabalho, de abordagem das crianças a
partir das suas famílias. Porto Alegre, quando desenvolve um programa de
assistência social tendo por base justamente a família, está dando passos
significativos. Já foi assim com o Projeto Sinal Verde, quando da abordagem das
crianças nas sinaleiras, e é certo que essas crianças não nasceram nas
sinaleiras e não optaram pelas sinaleiras como um espaço de vida. As crianças
são jogadas às sinaleiras, assim como são jogadas nas ruas, para fora das suas
escolas, para fora das suas famílias pela situação difícil que as famílias
vivem.
Dados de 1995 apresentam que
temos cerca de 136 mil meninos e meninas em situação de indigência em nossa
Cidade, cuja renda familiar não possibilita sequer a aquisição de uma dieta
mínima. Em uma situação como essa, a ordem natural acaba determinando que as
famílias busquem outras formas de sobrevivência, de um modo especial a situação
do desemprego, que nós já temos na nossa Região Metropolitana, que vive esse
problema de forma muito dura e reintegrada, porque temos crianças aqui, da
Grande Porto Alegre, que, assim como as crianças da nossa Cidade, estão nas
ruas nos outros Municípios também. Nós temos cerca de 250 mil desempregados na
Região Metropolitana, praticamente 14% da população economicamente ativa.
A semana passada reunimos
nesta Casa, com o objetivo de constituição do Comitê pela erradicação do
trabalho infantil, conselhos tutelares, conselhos de direitos. Reunimos a
cidadania da nossa Cidade, o Ministério Público do Trabalho, os sindicatos, com
o desdobramento de uma comissão especial que atuou nesta Casa o ano passado,
porque eu acho que o trabalho tem que ser continuado. O trabalho não pode ser
abandonado pela metade, ele precisa ter seqüência. Nós organizamos várias
reuniões e, na semana passada, constituímos a coordenação desse Comitê, do qual
a Câmara de Vereadores de Porto Alegre participa, a Prefeitura Municipal e
organismos não-governamentais.
No entanto, Srs. Vereadores, uma das questões que mais nos
sensibiliza é que precisamos, nós todos, sairmos do plano da denúncia e
partirmos para ações efetivas. E é com esse espírito que eu saúdo, nesta manhã,
a política e a proposta desenvolvida pela FESC e pelo Conselho Municipal dos
Direitos da Criança e do Adolescente, do estabelecimento desses núcleos de
apoio sócio-familiar previstos no ECA e que só se viabilizaram e só estão se
viabilizando na medida em que todos os Municípios enfrentam uma situação de
empobrecimento muito grande - aqui, de um modo específico, com uma proposta, uma
chamada aos setores empresariais da nossa Cidade que, através do FUMCRIANÇA,
através do Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente,
estão contribuindo com aquele 1% devido ao Imposto de Renda e que fica no nosso
Município sem qualquer prejuízo às empresas, mas, ao contrário, fazendo com que
esse recurso, de fato, esteja colocado para o serviço público, o que é muito
questionável, quando todos nós cumprimos com as nossas obrigações do ponto de
vista do pagamento de impostos e que não sabemos muito bem onde que esses
impostos, que ficam perdidos pelos caminhos de Brasília, são aplicados.
Certamente que não o são na seguridade social, no atendimento daqueles mais
necessitados, no atendimento de crianças, jovens, na geração de renda, de
emprego e naqueles que sofrem mais diretamente a violência e a exclusão social
no nosso País. Está sendo possibilitada por um trabalho de cooperação
técnico-financeira esta ampliação da Rede de Apoio e Proteção à Família em
Porto Alegre. E penso que essa perspectiva está na concepção da própria Lei
Orgânica de Assistência Social.
Durante muito tempo e até os
dias de hoje, nós convivemos com uma cultura que determina que nós temos que
dar um emprego, mesmo que precoce, uma vaga no mercado de trabalho, mesmo que
precoce, para as crianças para que elas sustentem as famílias e para as
crianças empobrecidas. Naturalmente, se diz que não estarão nas ruas, afetas à
marginalidade. Estaremos trabalhando para a segurança ou, então, essas crianças
envolvidas precocemente no mercado de trabalho estarão elevando a renda
familiar e produzindo riqueza. Tratamento muito diferenciado, e um tratamento
de classe, de fato, diferenciado das demais camadas da sociedade. Ao contrário
disso, na contestação dessa proposta, dessa cultura tão presente dentro da
nossa sociedade, está cada vez mais claro que nós precisamos não fazer com que
a criança sustente a família, mas nos indignarmos veementemente contra essa
possibilidade e atuarmos no sentido de que a família, de que os pais tenham condições
de dar sustentação aos seus filhos, como é a sua tarefa principal.
Aqui, nos núcleos de apoio
sócio-familiar, eu acho que nós estabelecemos de fato aquilo que discutimos
aqui, na Câmara de Vereadores, quando analisamos o Plano Plurianual, que é a
questão do programa de renda mínima. Só que um programa de renda mínima que de
fato favoreça à população não pode ser somente a distribuição de recursos ou de
bolsas para dentro das famílias. Ele precisa estar articulado na família que
recebe o recurso com o apoio necessário para que essa família se reestabeleça,
se reconstitua no sentido de proteger, em todos os níveis, em todas as
situações, as suas crianças. E é isso que nós vemos agora se desenvolvendo em
Porto Alegre - um programa que atua no
sentido do aporte de recursos para dentro das famílias que estão abaixo da
linha de pobreza, que percebem até um salário mínimo mensal, mas que, ao lado
disso, haja o apoio assistencial para que a família seja, de fato, um núcleo de
proteção, que é um dos direitos fundamentais da pessoa humana.
É claro que essa iniciativa
não é nova, e faço questão de destacar que o próprio Projeto Sinal Verde atuou
e atua a partir de núcleos de apoio sócio-familiar e já vem se desenvolvendo
esse Projeto desde 1995, com resolutividade bastante grande, que traz as
crianças da perspectiva de cedo estarem no mercado de trabalho absolutamente
informal, sem qualquer direito, que são as sinaleiras, para dentro do núcleo
familiar e para dentro da escola. No entanto, agora estamos ampliando, e isso é
bom - tudo o que se ampliar no atendimento à população é bom e precisa ser
saudado -, e ampliando no caminho de que esse trabalho seja a retaguarda dos
próprios Conselhos Tutelares. Até este momento, as dificuldades são grandes. O
Conselho Tutelar atende uma família, mas quem dará continuidade a esse
atendimento? E com os núcleos de apoio sócio-familiar nas áreas dos Conselhos
Tutelares, teremos uma retaguarda significativa, pelo menos nesse momento
inicial, para 40 famílias.
Precisamos, sem dúvida
alguma, resgatar o papel da família, as suas funções, e para isso eu acho que é
fundamental garantir emprego para os pais, a organização das famílias, e que as
crianças estejam nas escolas, estejam atendidas, tenham a possibilidade de se
desenvolver como pessoas com capacidade de, mais tarde, quando adultos, estarem em igual condição num mercado de
trabalho absolutamente competitivo e num mundo difícil como nós vivemos. Muito
obrigada.
(Não revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Juarez Pinheiro está
com a palavra. Ausente. O Ver. José Valdir está com a palavra. Desiste. O Ver.
João Dib está com a palavra.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, é profundamente desumano ter o remédio sobrando e não o
fornecer àquele doente que por ele clama. O doente é o servidor público
municipal. O remédio, Ver. José Valdir, é aquele que o cioso Secretário
Municipal da Fazenda guarda nos bancos da Cidade - não sei exatamente quais -
para que cresça, recebendo uma remuneração que não deve chegar a 2% ao mês.
Estou falando no dinheiro que a Prefeitura tem e que é guardado mensalmente
para pagar o 13o salário no fim do ano. A lei autoriza a Prefeitura
a pagar 50% do 13o salário a partir do mês de julho. E o Secretário
da Fazenda, diligente, cioso, guarda aquele dinheiro em detrimento do servidor
público municipal.
Não estou trazendo nada de
novo ao conhecimento dos nobres edis. Eu apenas estou relembrando para que
chegue aos ouvidos do Secretário Municipal da Fazenda que os servidores pagam
no cheque-forte, quando têm, porque há servidor que nem mais cheque tem, 9, 10,
12% ao mês! E o Secretário guarda o dinheirinho lá. Fica feliz da vida olhando
aquele dinheirinho nos bancos e não dá para
os municipários.
No dia em que o Montepio, no
início do mês, abre a carteira de financiamento, são duas filas ao longo de
todo o quarteirão, a partir das 6h da manhã - e o Montepio só abre à tarde -
para receber empréstimo do Montepio, que, apesar de juro baixo, é mais de 2%. E
o Secretário fica acumulando dinheiro para
pagar no fim do ano, quando ele poderia fazer com extrema humanidade no
mês de julho. Mas não faz.
Evidentemente, não estou
fazendo uma crítica, porque não foi lembrado ao Secretário, não foi lembrado ao
Prefeito que poderia ser feito isso. Em abril eu fiz um Pedido de Providências
nesse sentido - em julho, eu mandei um xerox desse Pedido de Providências e da
lei que autorizou a pagar de 30 a 50%
para o Prefeito em exercício, José Fortunati, e não recebi resposta. Mas
o problema do servidor público municipal é muito sério, muito mais do que se
pretende e se imagina. Se eu estou falando no juro do cheque-forte, se eu estou
falando no juro do Montepio, eu não falei daqueles que pedem ao Prefeito
Municipal, sim, para dar uma solução.
Há aqueles que emprestam dinheiro com até 25% de juros ao mês dentro da
Prefeitura e da Câmara Municipal. Para esse empréstimo o servidor, necessitado,
não tem escapatória, porque ele faz um cheque datado para o dia 27 do mês - no
caso da Câmara Municipal; esse cheque é depositado onde o servidor recebe - a
Caixa Econômica. É dinheiro que entra na conta do indivíduo que empresta a 20,
25% ao mês.
Eu, um dia, disse ao
Prefeito Tarso Genro: “Prefeito, há gente pagando 45% ao mês de juros, mas 25%
é regra geral”. E ainda disse: “Naquela banca de revistas na frente da
Prefeitura se paga 45% ao mês”. Recebi, depois, um recado dele: “Só havia um
que pagava 45% ao mês”. Era o motorista que servia o Prefeito e que havia sido
assassinado.
Então, é uma
responsabilidade do Prefeito sobre os seus servidores. Há que buscar uma
solução contra esses indivíduos que exploram os servidores municipais a 20,
25%, e talvez mais, numa inflação que não chega a 10% ao ano. Paga-se mais do
que isso ao mês, porque a necessidade é premente. É desumano ter o dinheiro e
não o entregar a quem tem o direito a ele,
se o dinheiro é acumulado mês a mês, se não se faz mais o trabalho que
se fazia no passado, quando não se podia guardar o dinheiro porque não havia
dinheiro para ser guardado. São os próprios dados da minha bíblia petista que
assim informam. Nunca a Prefeitura teve tanto dinheiro quanto tem agora. E não
fui eu que inventei esses números; foi a minha bíblia petista, que mostra que
hoje há dinheiro. E a declaração do Secretário é sempre permanente: “Estamos
guardando dinheiro para pagar em dezembro”.
Só uma vez, nos nove anos de Administração do PT na Prefeitura, o 13º
salário foi pago a metade no mês de novembro pelo Prefeito Olívio Dutra, tão-
somente uma vez. É dinheiro dos municipários que está sendo depositado no
sistema financeiro para render juros, juros que não chegam a 2%.
Não vou entender e vou falar
até o fim do ano, todos os dias, da desumanidade de quem tem o remédio e não o
dá a quem necessita, e tem o remédio sobrando. É muito triste. Não posso
entender que a Administração que se diz do Partido dos Trabalhadores não dê aos
seus servidores, até por uma questão de igualdade, o 13º salário que têm
direito na forma da lei, do Estatuto dos Municipários, e na forma da lei
modificando o Estatuto. Resolveria o problema de muita gente, que teria um
acréscimo no seu salário, pois deixaria de pagar 12 ou 25% de juros. Não tendo
mais que pagar este juro exorbitante, seria acréscimo de salário, sim. Porque se recebo 100, tenho que pagar 15, 20
ou 25% de juros, fico só com 75, 80 ou 85%. Mas, se não tiver que pagar os
juros, fico com 100. Então, ganhei salário. É uma forma indireta de pagar
salário.
Mas acho que, mais que tudo
isso, existe a responsabilidade para o Prefeito desta Cidade, já que não é um
fato incomum. Nos corredores desta Casa circulam pessoas que emprestam dinheiro
a altíssimos juros; nos corredores das secretarias do Município também
circulam. É um dever do Prefeito buscar saber quem está fazendo isso com seus
servidores, por que está acontecendo isso com seus servidores. Por que não
olhar nos primeiros dias de cada mês? Às 6 horas da manhã começam a se formar
filas no prédio do Montepio; às 8 horas da manhã, a fila dá duas voltas no
quarteirão, e o Montepio vai abrir ao meio-dia. Alguma coisa deve estar errada.
E não é só o Plano Real, não. É o Prefeito que está errado, é o Prefeito que não está entendendo das
suas responsabilidades ou dos servidores municipais. Por que guardar o dinheiro
no banco a 2% ao mês, talvez nem isso,
quando o servidor precisa dele e a lei determina, faculta que pague uma
parte do 13o salário no mês de julho? A Câmara Municipal pagou. O
DMAE pagou. Que diferença existe entre os demais servidores do Município? Por
que nem ao menos uma resposta eu recebo de parte do Sr. Prefeito em exercício,
Dr. José Fortunati? Talvez seja porque, em 180 dias, viajaram mais de 60. Quem
tem tanta viagem para fazer é claro que não pode estar preocupado com o
servidor municipal, que está sofrendo; nem está preocupado com aqueles que
fizeram greve de fome na frente da Prefeitura. Aliás, houve uma preocupação,
sim: queriam retirá-los, puni-los e
multá-los, porque havia uma faixa amarrada nas árvores.
É desumano ter o remédio e
não o fornecer a quem necessita, principalmente quando o remédio está sobrando.
Saúde e paz.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra. Ausente. O Ver. Gerson Almeida
está com a palavra. Ausente. O Ver. Fernando Záchia está com a palavra.
Desiste. O Ver. Eliseu Sabino está com a palavra. Desiste. O Ver. Clovis
Ilgenfritz está com a palavra. Desiste. O Ver. Carlos Garcia está com a
palavra.
O SR. CARLOS GARCIA: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, foi assinado o acordo com os rodoviários. Os
rodoviários ganharam um aumento de 10,38% que, segundo os próprios rodoviários,
foi o maior acordo conseguido pela categoria em todo o Brasil. Temos que
parabenizá-los por terem fechado esse acordo dentro das perspectivas que
postulavam, embora não tenham ganho tudo, porque sabemos que em todo o acordo
se pede alguma coisa para tentar ganhar outras coisas. Mas a nossa preocupação
maior é sobre o que estamos comentando há vários dias aqui nesta Casa, de um
novo aumento do transporte coletivo em Porto Alegre.
Hoje, lendo os principais
jornais da Capital, fiquei sabendo que a Secretaria Municipal dos Transportes
vai iniciar os novos cálculos de composição da tarifa logo depois da
regulamentação, na Câmara, do decreto-lei que permite um novo reajuste.
A classe patronal está
propondo que o preço da passagem do transporte coletivo em Porto Alegre, hoje
em 60 centavos, possa ser aumentado para 70 centavos. Parece pouco o aumento de
10 centavos, mas a passagem de ônibus em Porto Alegre, em fevereiro, custava 55
centavos e teve um aumento de 9,09% em março. Com o novo aumento para 70
centavos, e com esse aumento de
fevereiro, passará para 27,27%.
O Sr. Fernando Záchia: V. Exa. me permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Foi dado ao trabalhador 10,38%. A mão-de-obra incide no valor da tarifa
em aproximadamente 48%. Então, na matemática rápida, me parece que o aumento a
ser dado e que origina o aumento da
classe dos trabalhadores já foi concedido, mas agora eles aumentariam 5% sobre
a tarifa. A tarifa hoje é 60 centavos; se fosse aumentar, daria 63 centavos e
não 70 centavos. É essa a discordância que tenho com V. Exa.
O SR. CARLOS GARCIA: Não, não é
discordância comigo. São as informações solicitadas. Eu até tenho uma posição:
acho que não tem que ter aumento nenhum. Vamos brigar por essa questão.
O Sr. Fernando Záchia: Naquele momento- e eu sempre malhei esse aumento -,
apresentávamos substitutivos que minimizassem o problema e entendíamos que todo
o aumento dado à categoria seria repassado, na sua integralidade, somente para
o aumento da passagem para que não ocorresse isso que V. Exa. tem medo de que possa acontecer: que se dê um
aumento à classe trabalhadora, mas se dê um repasse maior na tarifa que,
certamente, fica com alguém que não são os trabalhadores.
O SR. CARLOS GARCIA: Pois não, Ver. José Valdir, autor da proposição,
juntamente com o Ver. Elói Guimarães.
O Sr. José Valdir: Obrigado pela informação. Creio que ninguém sabia aqui. Só para que
não criemos jurisprudência sobre a hipótese, porque o que V. Exa. está citando
é uma notícia do jornal informando que a Associação dos Transportadores está
pedindo isso. Portanto, é uma informação. Não dá, a partir de agora, para
construirmos todo um discurso como se o aumento já tivesse sido decretado
nesses percentuais, nesses valores.
O SR. CARLOS GARCIA: Justamente, estamos trabalhando em cima de
hipóteses. O que não queremos - e vamos brigar - é que a hipótese venha a ser
concretizada. Temos que trabalhar em cima de hipóteses. No momento em que deixa
de ser hipótese, torna-se algo real, concreto.
O Sr. José Valdir: Não podemos fazer a nossa crítica em cima de uma hipótese. Numa
sociedade de mercado, as classes sociais, na sua refrega, fazem reivindicações.
Assim como os trabalhadores fazem reivindicações de um tipo, os empresários
também fazem as suas reivindicações, como é o caso dos permissionários. É isso
que estamos discutindo: a hipótese de uma pretensão que não se verificou.
O SR. CARLOS GARCIA: É justamente
em cima dessa hipótese que estamos afirmando que, se for dado o aumento, o
reajuste da tarifa em Porto Alegre será de 27,27% sobre fevereiro.
O Sr. Isaac Ainhorn: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Uma coisa vamos deixar clara aqui para acabar com essa conversinha
tipo essa que agora, há pouco, o Ver. José Valdir fez: vai ter aumento e acabou. Se não
for para 70 centavos será 65. Esse é o velho jogo: pede 70 para ficar no meio,
e estamos todos conversados. É a velha prática histórica hoje articulada com a
Administração; ontem, foi com o Olívio Dutra; depois, com o Tarso Genro, e não
mudou nada. O problema é que o discurso se foi. É isso.
O SR. CARLOS GARCIA: Mudou porque, nesta Casa, nós permitimos que seja
concedido mais de um aumento por ano. Aqui, nesta Casa, nós fomos coniventes -
com o nosso voto, mas, como respondemos por uma totalidade, é a nossa Casa.
O Sr. Isaac Ainhorn: É a mesma maioria que praticou aqueles atentados.
O SR. CARLOS GARCIA: Eu não vou entrar nesse mérito agora, porque nós
estamos desviando um pouco o assunto, Ver. Isaac. Mas nós, como representantes
do Partido Socialista Brasileiro, gostaríamos de, mais uma vez, manifestar a
nossa insatisfação quanto a essa hipótese de um novo aumento em Porto Alegre.
Voltamos a insistir: 27,27% é uma proposta que não tem cabimento.
O Sr. Isaac Ainhorn: Mas, se for 65%, também não tem?
O SR. CARLOS GARCIA: Também não tem, porque já ganharam 9,09%. Eu lastimo
que nós, Câmara de Vereadores, autorizemos isso. Nós, como Partido, vamos
insistir, vamos procurar fazer uma ampla mobilização junto à população de Porto
Alegre para mostrar esse descontentamento.
O Sr. Fernando Záchia: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Eu cumprimento V. Exa. e o seu Partido
porque têm mantido a coerência tanto aqui na Câmara como na Assembléia.
O SR. CARLOS GARCIA: Obrigado, Ver. Záchia, e o Partido Socialista
Brasileiro está sempre à sua disposição. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Vera. Anamaria Negroni. Ausente. O Ver. Adeli Sell
está com a palavra.
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, estou muito preocupado com o início
do segundo semestre do ano letivo na semana que vem, particularmente com a
situação das escolas públicas estaduais da nossa Capital. Não há um dia sequer
em que não tenhamos recebido algum tipo de contato, particularmente sobre a
falta sistemática de professores nas escolas públicas estaduais na nossa
Capital. Os jornais também têm noticiado, com muita freqüência, essa situação.
Aqui, abordei, por diversas vezes, a dramática situação de algumas escolas, não
apenas sob o ponto de vista da falta de professores, mas também sobre as
condições físicas e estruturais das escolas colocando em risco os alunos,
professores e funcionários. Estamos para reiniciar o segundo semestre deste ano
com os professores fazendo uma ampla mobilização, muito justa, por seus
salários, porque recebem, em regra geral, na média, três vezes menos do que
recebe um professor público da Prefeitura Municipal de Porto Alegre.
Os jornais de hoje dão conta
de que o cesto básico custa 326 reais e 38 centavos, que os alimentos subiram
3,37%, mas falei, hoje pela manhã, com uma professora estadual nível 5, 20
horas, que recebe 240 reais por mês.
Essa é uma situação dramática que vive a quase totalidade dos professores do
Rio Grande do Sul e - todos nós sabemos- aqui, na Capital, temos um contigente
imenso de professores estaduais. É só passar na frente das escolas, como aqui
ao lado, na Escola Parobé, na Inácio Montanha, na Protásio Alves, entre outras,
e nós estamos vendo faixas de professores expondo a sua indignação. O Governo
do Estado virou as costas aos professores e aos funcionários, porque aquilo que
o Governo está dando de reajuste ao funcionalismo público estadual é uma
verdadeira barbaridade. Aqui em Porto Alegre, nós reajustamos os salários de dois em dois meses, o que é
pouco ainda, porque estamos numa profunda crise, uma crise recessiva fruto de
um modelo econômico que não privilegia a produção, mas a especulação.
Alguns governos que tinham
um corte muito mais à direita tinham muito mais preocupações com o
desenvolvimento econômico do que tem um governo que se diz social-democrata. É
verdade que os Estados estão numa situação falimentar. Tirando três Estados da
Federação, os outros estão numa situação de dívidas e mais dívidas. Mas o
Governo tem que responder positivamente, procurar fazer com que haja mais
arrecadação, que não haja sonegação. Se houvesse um empenho dos governos para
acabar com a sonegação, para enfrentar a especulação e mudar a sua concepção,
tenho a certeza de que teríamos muito mais arrecadação e, portanto,
possibilidades reais de aumentar os salários. Foi o que fizemos, apesar das
diferenças que temos aqui, nesta Casa, e a expressão quase que permanente
dessas diferenças na Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Enfrentamos uma
reforma tributária, uma reforma fiscal, fizemos todo um embate na sociedade na
perspectiva de que quem tem mais paga mais, quem tem menos paga menos. Hoje,
neste País, os Governos Federal e Estadual têm medo de enfrentar o grande
capital, as grandes fortunas. Há propostas, não apenas nossas, de parlamentares
que não são do nosso campo de esquerda, que inclusive propõem imposto sobre
grandes fortunas. O recém-eleito Primeiro Ministro da Inglaterra Tony Blair
propõe exatamente isso, e não me digam que Tony Blair é esquerda do Partido
Trabalhista, mas ele aprendeu com o “tatcherismo” que ele nos leva ao fundo do
poço, que é preciso fazer com que aqueles que têm mais sustentem efetivamente a
distribuição de renda para que haja uma sociedade de bem-estar social.
O que os professores pediram
e continuam pedindo é muito pouco, é muito pouco. Hoje não se fala mais de um
professor adquirir algum bem, mas se trata de garantir- e muitas vezes não
conseguem garantir, a não ser pelo trabalho da família, muitas vezes de seus jovens filhos - o
aluguel e a comida. Mas um professor não se move, não cria, não educa apenas
com a sua sustentação física. Precisa da sua sustentação mental, e para isso
precisa comprar livros, precisa estar em contato com a cultura, mas isso está
sendo sistematicamente tirado desse tão importante setor da nossa sociedade.
Não bastasse essa situação
grave, nós voltamos ao início da intervenção para dizer que faltam professores
em praticamente todas as escolas do nosso Estado, particularmente em Porto
Alegre. Nesse primeiro semestre, em
algumas escolas, tivemos a ausência de professores, em todos os meses, numa
disciplina. Não é qualquer escola: no Pio XII, no Parobé, aqui ao lado, não
esquecendo o Estado do Rio Grande do Sul,
uma parte do colégio está caindo.
Todos os dias se vê essa
situação nos jornais. Portanto, queremos cobrar e, para isso, vamos fazer um
levantamento minucioso no segundo semestre, escola por escola, e vamos trazer a
esta Casa, porque essas escolas ficam em Porto Alegre e devem ser preocupação
permanente desta Casa. E se faltassem professores, funcionários nas escolas
públicas municipais, eu seria o primeiro, como Vereador do PT, Vereador da
situação, de governo, a me queixar, a reivindicar e fazer movimentos para que
não houvesse essa lacuna.
Precisamos, mais do que
nunca, pensar no futuro da Nação, do Estado. E a situação dramática que vive o
seu funcionalismo, que vivem os professores, escolas, alunos sem professores
não podemos tolerar. Portanto, deixo registrado que, no segundo semestre, vou
me debater com essa situação. Vou fazer movimentos políticos. Tenho certeza de
que nesta Casa terei apoio, porque muitos Vereadores, Ver. Carlos Garcia, têm
preocupação com a educação. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Queremos registrar e saudar a presença em nosso Plenário do Deputado
Federal do Mato Grosso Gilnei Viana, do PT. Seja bem-vindo. Esta Casa sente-se
honrada com a sua presença.
O Ver. Renato Guimarães está com a palavra em Comunicações.
O SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, uso o meu tempo
para, em primeiro lugar, fazer uma denúncia. Gostaria de cobrar das autoridades
estaduais uma fiscalização sobre os cabos de transmissão do sinal da NET, que
são implantados nos postes da CEEE.
Nesse final da semana
passada, aconteceu um incidente na Vila Brasília, Região Leste de Porto Alegre:
um ônibus bateu numa das redes colocadas abaixo de uma altura tecnicamente
aconselhável; o poste foi derrubado; a rede de transmissão de energia foi
danificada; a rede telefônica também ficou danificada. Tudo devido à instalação
malfeita do cabo da NET. Abordo essa
questão para que as autoridades estaduais façam uma boa fiscalização sobre a
prestação desse serviço para que não se continue a ter problemas, visto que a
NET continua a implantar os cabos na Vila Brasília e na Vila Bom Jesus na mesma
altura. Os moradores procuraram os técnicos, e eles disseram que têm
autorização da CEEE para fazer a instalação e que vão continuar fazendo.
O Sr. Guilherme Barbosa: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Ver. Renato, tenho, aqui, um material, exatamente das instalações da
Empresa NET, da TV a Cabo. Nos últimos
dias 11 e 12 de julho, na Av. Protásio Alves, entre Antônio de Carvalho e
Senador Tarso Dutra, este material era encontrado a rodo. É sobra de material
que vai, evidentemente, terminar nas bocas-de-lobo, entupindo as nossas
canalizações.
Então, além do aspecto da
segurança dos cidadãos, é também importante acrescentar, na denúncia de V.
Exa., a presença de sobra de material - esta é uma pequena amostra que me foi
trazida - na mesma região. Deve ser, portanto, a mesma empresa contratada que
está fazendo o trabalho muito malfeito e de péssima qualidade.
O SR. RENATO GUIMARÃES: Eu gostaria de acrescentar que o Ver. Gilberto está
colocando a mesma questão: que na sua rua colocaram a rede que danificou os
postes. É interessante que a companhia responsável por esta autorização, a CEEE,
porque esse serviço está sendo implantado na possessão dela, que ela
fiscalize para que não tenhamos que arcar com esse prejuízo. Está lá uma
comunidade toda há quatro dias sem o serviço telefônico. Foi danificada a rede
elétrica pela má prestação deste serviço de instalação desses cabos da NET.
Continuo, colocando que me
chamou atenção matéria na revista “Veja” sobre a questão da filantropia, e cita
o caso da Golden Cross, que está sendo denunciada por formação de quadrilha,
pois ela abate, nos seus custos, em nível de filantropia, cirurgia plástica dos
filhos do dono da Golden Cross. Esta é a filantropia que ela faz: cirurgia
plástica dos filhos do dono da empresa.
Há um conjunto de denúncias
que a Procuradoria Geral da República está oferecendo contra essa empresa -
sonegação fiscal e um conjunto de questões. Isso nos chama a atenção, pois há
tempo já falamos da necessidade de uma fiscalização mais rígida desses planos
de saúde, porque cobram “o olho da cara” dos associados e acabam não prestando
o serviço devido. Pessoas idosas não têm a necessária cobertura desses serviços
quando precisam de exames mais complexos, quando precisam ficar por mais tempo
hospitalizadas. Um conjunto de doenças não é coberto por esse tipo de plano de
saúde. Agora, mais essa: é, além de tudo, uma empresa filantrópica. Mas a sua
filantropia vai direto para quem? A quem ajuda? Aos próprios donos da empresa.
É muito interessante o
assunto e chama a atenção para a necessidade de se abrir um debate sobre a
filantropia brasileira, sobre que tipo de filantropia deve existir e que tipo
de filantropia devemos varrer da História brasileira - esse tipo de filantropia
que paga cirurgia plástica ao dono da empresa deve ser varrido do mapa do
Brasil. É bom chamarmos a atenção em todos os lugares que possamos, porque são
empresas como essa que ganham prêmios internacionais. A Golden Cross, “uma
grande empresa de plano de saúde, uma empresa honesta”. E está aqui: sonegação
fiscal, filantropia para o dono da empresa fazer cirurgia plástica. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Nós registramos a presença do Vereador-suplente Gilberto Batista, que
nos convida para a sua posse no Rotary Club Sarandi, no dia 11 de agosto.
Quero saudar, com muito
prazer - eu tenho amizade de muitos anos na Executiva Nacional do Partido dos
Trabalhadores com o Gilnei Viana, nosso Deputado Federal do Mato Grosso, que
por mim ele estaria fazendo um pronunciamento.
Também quero registrar a
presença do Engº Nelson Maltz, que tem sido um dos construtores da nossa
Cidade, como empresário que fez inúmeras obras nesses últimos anos. Ele traz um
convite ao Presidente, que eu estendo a todos os Vereadores, para a inauguração
do Jardim do Sol Strip Center, junto à obra que já existe há 25 anos, que está
sendo feito um empreendimento muito interessante na Região Sul, que é um
conjunto residencial com várias inovações. Inclusive, o Jardim do Sol Strip
Center, que vem agora criar um centro comercial naquela região, no nosso
entender, ele está colaborando para o que buscamos, que é a policentralidade -
como dizia o Prefeito Tarso Genro - e que se dá quando existem equipamentos,
quando existe infra-estrutura. A Prefeitura fez a infra-estrutura, nas palavras
do próprio Nelson Maltz, que facilita haver ali outros empreendimentos, como é
o caso do empreendimento que ele está propondo e que será inaugurado no dia 08
de agosto, às 10h. Transmito o convite e agradeço a presença do Engº Nelson
Maltz, com quem, por muitas vezes, estivemos
em reuniões no Sindicato da Construção e como Presidente do Sindicato dos
Arquitetos. E há de se salientar que
nesse empreendimento há uma estação de tratamento de esgoto - ETE -, o que não
é comum, e que a Prefeitura, através do DMAE, valorizou como um empreendimento
importante.
A palavra está à disposição e, se o Deputado Federal Gilnei Viana
quiser usar a tribuna, esteja à vontade.
O SR. GILNEI VIANA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Bom-dia a todos.
Agradeço do fundo do coração ao Presidente Clovis Ilgenfritz e a todos os
Senhores pela possibilidade de se fazer essa saudação.
O que me trouxe a Porto
Alegre foi a realização do Foro de São Paulo, que reúne partidos democráticos -
de esquerda, de centro-esquerda, de centro - para fazermos uma reflexão sobre a
América Latina e sobre a possibilidade de cooperação entre os diversos
partidos, com os diversos matizes políticos, e, paralelamente, algumas
iniciativas de reflexão político-ideológica ou mesmo temas mais concretos que
dizem respeito ao cidadão... É com muito gosto que vejo que a Câmara Municipal
aqui é muito ativa e atual. Assisti a uma parte do debate e estou vendo essa
condução dos trabalhos com abertura para ouvir os agentes da sociedade, as
pessoas que, por representação ou pelo acúmulo de conhecimento, podem oferecer
subsídio que seja de maior interesse para o cidadão.
Então, eu parabenizo o nosso
Presidente, Clovis Ilgenfritz, e a todos vocês. Digo que eu também tenho
algumas preocupações, as quais... Estava vendendo o peixe para o Ver. Cyro
Martini, mas é um peixe para todo o mundo. O meu mandato trabalha com questões
que dizem respeito à vida - é a questão ambiental, dos direitos humanos
incluídos no trânsito da Cidade.
Gostaria de dar um
depoimento aqui, Sr. Presidente, que eu, andando pelas ruas de Porto Alegre - e
aqui não tem nenhuma crítica para a Administração, são constatações que dizem
respeito à cultura do povo -, eu vi que existe muita gente que não usa o cinto
de segurança no seu carro e que têm muitos motoristas que respeitam muito pouco
a faixa de pedestres. Nesses dois dias que estou aqui, vi também que têm poucos
policiais especializados em trânsito na Cidade. Confesso que não sei as razões
de tudo isso; não sei nem quem são os responsáveis, se é o Governo Municipal ou
Estadual, mas isso para mim não importa. O que diz respeito à vida temos que
enfrentar sejam quais forem os responsáveis.
Então, eu estava
sensibilizando o Ver. Cyro Martini de que nós estamos com um novo Código de
Trânsito para ser aprovado agora em agosto, que vai transferir um grau de
responsabilidade muito grande para a municipalidade. Isso acresce também ao
papel do Vereador da Câmara Municipal em termos de controle, de fiscalização,
sugestão, normatização do trânsito na Cidade.
Então, nesses termos é que
vou deixar apenas esse recado, dizendo que o povo daqui tem um padrão cultural
muito elevado. Acredito que com um pouco de campanha, um pouco de
iniciativa que mobilize a comunidade,
muito provavelmente teremos uma resposta muito imediata. Existe o exemplo de
Brasília, que lançou uma campanha não somente do Poder Público, mas também de
organizações não-governamentais da sociedade, da imprensa local, que é o
movimento chamado “Pare nas estradas”, que é um movimento do qual participo, e
participo também auxiliando o Governo Federal, porque, embora eu sendo do PT,
nesta questão de salvar vidas não tenho nenhuma pretensão de fazer
diferenciação ideológica e muito menos político-partidária, assim como no
Governo, que é do PT também, nos auxiliamos e o resultado da campanha ao nível
de se mudar o padrão de comportamento das pessoas, sejam transeuntes, os
pedestres, como os condutores, foi fundamental em Brasília. E não só em
Brasília, porque temos campanha em Juiz de Fora; tivemos em Blumenau, em Novo
Hamburgo. Temos dezenas de exemplos em que a comunidade e o Poder Público local
se aliaram. Empresas públicas e privadas aliaram-se para poder melhorar a
qualidade de vida de suas cidades, e isso é muito importante.
Não estou dando um recado
para ninguém aqui. Falo uma coisa que estou sentindo e digo que, na
representação popular que nós temos - os Senhores como Vereadores e eu como
Deputado Federal -, eu acredito que seja para defender as melhores condições de
vida para o nosso povo.
Muito obrigado, Sr.
Presidente, e parabéns pela condução dos trabalhos da Câmara, que estendo a
todos os Vereadores. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Agradecemos pela presença do Deputado Federal Gilnei Viana, e quero
dizer que temos recebido Senadores, Deputados, principalmente da Bancada do Rio
Grande do Sul, que têm trazido problemas que estão sendo debatidos na
Congresso. Nós não tínhamos combinado nada com o Deputado e ele trouxe um
problema que ele, como Deputado Federal, está levando adiante, que é
importantíssimo para a nossa Cidade.
O Ver. Cyro Martini está com
a palavra em Comunicações.
O SR. CYRO MARTINI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, inicialmente, quero aproveitar o
ensejo para também endereçar a minha saudação ao nobre e distinto Deputado
Federal Gilnei Viana, que nos visita.
De outra parte, não poderia deixar de assinalar, sobremodo, mesmo
que em passando, a minha preocupação, e acredito que a preocupação dos
porto-alegrenses, de um modo geral, com relação aos últimos acontecimentos
envolvendo as polícias civis e militares do País, sobretudo no que diz respeito
ao acontecimento ontem verificado em Fortaleza, no Ceará. Nós devemos nos
preocupar com esses fatos, não de um modo a querer entender que há quebra da
hierarquia, da disciplina, com uma visão, vamos dizer, conservadora e reacionária,
que não vai levar a nada em termos bons. Vai acabar levando para maus termos.
Por isso, Sr. Deputado Federal, fazê-mo-lo nosso porta-voz nessa preocupação.
Quando nós vemos que um soldado da Polícia Militar do Ceará tem o seu
vencimento básico na ordem de 43 reais, nós começamos a entender por que toda
essa movimentação, porque, por mais milagroso que seja o efeito de soma de
vantagens, para chegar a 200 cruzeiros não tem como. E que fosse 200: é um
salário que não condiz com as responsabilidades que o policial tem, quer como
chefe de família e no que diz respeito, também, ao valor da sua profissão, ao
valor da sua condição de trabalhador da
segurança pública. Então, fica aqui registrada essa preocupação.
De outra parte, relativamente
à visita do nobre Deputado
Federal, nos traz e nos demonstra
claramente a sua preocupação com a vida humana, de um modo geral, e, de modo
especial, com relação à vida no trânsito, com relação à ordem e à segurança no
trânsito das vias urbanas e das rodovias nacionais. Para nós é motivo de
satisfação tomar conhecimento de que há, dentro do Congresso Nacional, alguém,
um representante popular que se preocupa, que objetiva o seu trabalho, que
endereça o seu mandato à preocupação com o trânsito.
Um dos problemas, para não
falar em outros, que há no trânsito é justamente a presença de muitos
aventureiros, de muitas pessoas que não têm competência para lidarem com os
mistérios do trânsito, assumindo o papel de autoridade. Por exemplo: no Rio
Grande do Sul, na autarquização do DETRAN, isto é, na privatização do DETRAN no
Rio Grande do Sul, nós temos, hoje, à testa dele pessoas que deram demonstração
inequívoca de incompetência total para lidar com essas questões do trânsito. Eu
diria que nos preocupa, de outra parte, porque não são competentes não por serem paulistas, mas por não
conhecerem a realidade do Rio Grande do Sul de um lado e, de outro, por
absoluta incompetência. Até agora não conseguiram desvencilhar-se de todos os
problemas com relação à habilitação de condutores, que é apenas um dos
capítulos de toda a administração do trânsito. Por diante, ainda viram questões
pertinentes ao registro, ao
licenciamento, à vistoria e uma série de outros problemas. Lamentavelmente, nós
temos um Governador de Estado que não entende de trânsito, um Secretário de
Segurança que não entende de trânsito, e hoje os que administram as coisas do
trânsito no Estado não entendem nada de trânsito.
Então, o que nós temos que
fazer, povo do Rio Grande do Sul? No que depender do atual DETRAN do Rio Grande
do Sul, o que temos que fazer para ter a nossa vida, a nossa integridade física
resguardada? Seguir a orientação do nosso pastor da Igreja Evangélica ou do
pároco da nossa Igreja: rezar! Não há outra solução, porque a incompetência
tomou conta do trânsito no Estado.
Mas quando nós vemos a
presença do distinto Deputado Federal, preocupado com o novo Código de
Trânsito... Vejam como eles tratam as questões do trânsito no País: de modo
secundário. Há quantos anos - não são dias, meses; são anos - o próprio
Presidente da República diz que há necessidade de que se aprove o novo Código
de Trânsito! Entretanto o novo Código de Trânsito não aparece nunca. Há poucos
dias, em razão da convocação, e fazendo parte da convocação extraordinária do
Congresso Nacional, ali constava a aprovação do novo Código de Trânsito
Brasileiro. Não foi aprovado! Mesmo com o pronunciamento do Presidente da
República. E até na fala do Sr. Antônio Carlos Magalhães, ele se esqueceu de
dizer que, em todas aquelas andanças e lambanças do Congresso Nacional, não
tinha sido considerada a aprovação do novo Código. O Deputado nos diz agora
que, certamente, até o final do mês que vem, estará aprovado o novo Código. O
novo Código é a salvação? Eu, pela experiência que tenho, militando no trânsito
há muitos anos, desde o final da década de 60, mais como intrometido do que
como entendido, digo que não é o novo Código de Trânsito que vai salvar. Não é
a lei que salva, não é o Código de Trânsito que salva, mesmo quando vemos, por
exemplo, manifestações dos que dizem que a educação para o trânsito é de
extrema importância. Não há dúvida que é. Eu, com o Delegado Sérgio Ivan
Borges, na década de 60, iniciamos todo um trabalho de educação para o trânsito
que acabou se estendendo pelo Estado e pelo País.
Digo aos nobres pares que, em termos de curto prazo, de ter que
resolver de hoje para amanhã, só há uma solução: é o policiamento. Que seja
atuante, mas não aquele exercido pelos nossos queridíssimos companheiros da
Brigada Militar, que colocam o homem a pé nas calçadas, nas esquinas. Vai fazer
o que a pé? Tem que ser policiamento realizado de modo adequado, que é aquilo
que se fazia já no tempo do nosso estimado Prefeito, muito adorado pelo nosso
companheiro de Câmara, Ver. João Dib, Loureiro da Silva. Era feito com motociclo naquele época e hoje
com motocicleta. Aí começa a adequar-se o policiamento. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Gerson Almeida está com a palavra para uma Comunicação de
Liderança.
O SR. GERSON ALMEIDA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, vou tratar, nestes
cinco minutos, de três assuntos de forma bastante rápida. Primeiro: tarifas de
ônibus. Foi finalmente fechado o acordo
entre a patronal e a categoria dos trabalhadores rodoviários, num índice um
pouco superior a 10% de reajuste salarial.
Quero saudar esse acordo,
fruto da luta dos trabalhadores rodoviários, e quero, também, dizer que esta
Câmara de Vereadores, depois de um largo e intenso debate, fez o seu papel,
especialmente ao alterar a lei e recuperar a planilha de custos. Eu quero
dizer, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, que nós, já que os
patrões protocolaram a solicitação de aumento, queremos que seja feito um
pente-fino na composição de custos da tarifa de transporte, permitido agora,
por lei aprovada nesta Casa, pela recuperação da planilha de custos. A planilha
de custos deverá ser aquela orientada pela Frente Nacional dos Prefeitos, pela
Frente Nacional de Secretários de Transporte e pelo GEIPOT, que é um dos órgãos
técnicos de assessoria do Ministério dos Transportes.
Acho importante, neste
momento, depois de toda a polêmica, que haja, antes de qualquer centavo de
aumento, um pente-fino e um controle rigorosíssimo sobre a planilha de custos e
a composição da tarifa. Restabeleceu-se um instrumento fundamental para o
controle público sobre o serviço concedido: a planilha de custos, por decisão
desta Câmara, depois de um debate bastante longo.
Fizemos o aniversário do
novo DETRAN. Quero registrar, como uma demonstração da falácia que se instituiu
como um dogma de que aquilo que é público não funciona e de que o que é privado
é muito bom: o novo DETRAN substituiu um serviço que funcionava por um serviço
privado ineficiente e muito caro. Está muito caro fazer qualquer coisa com o chamado novo DETRAN e está muito
demorado conseguir o atendimento.
Ontem mesmo eu ouvia o
depoimento de dezenas de pessoas que esperam na sua casa, pelo correio, o
material; recebem, 30 dias depois, documentos de terceiros e não têm a quem
reclamar, porque é tudo impessoal. Agora não se vai mais no balcão: espera-se
pelo correio.
Para funcionar bem,
destruiu-se um serviço público e usa-se outro serviço público, que é o correio,
para que as pessoas se relacionem. Quero fazer este registro de que esta desmoralização
do serviço público que está em curso demonstra, em atos como este, a sua grande falácia.
Quero denunciar a
magnanimidade do Governo do Estado para com os grandes empreendimentos
econômicos e sua dureza, rudeza, maldade para com os servidores públicos,
magistério, segurança pública e tantos outros. O Governo do Estado instituiu
para a GM, através da CRT, um grupo de trabalho para estudar a implantação do
sistema de telecomunicações para o complexo automotivo. Os técnicos fizeram
duas alternativas, “a” e “b”. Ambas já eram alternativas fora do padrão normal
que qualquer usuário utiliza, ambas privilegiadas. Mas vejam, Senhores, a
magnanimidade, e como há recursos públicos para entregar para as grandes
multinacionais privadas! Duas alternativas: “a”. a CRT investe dois milhões e
cem mil; alternativa “b”: 538 mil.
Pois vejam qual acertaram a
direção da empresa e o Governo do Estado: aquela que dá quase 100% dos custos
de instalação para a CRT, para o Estado: mais dois milhões que vão para a GM,
enquanto o usuário comum, ao ter seu telefone, tem que pagar todos os custos do
poste até a sua casa.
Este é mais um exemplo de como este Governo é muito bom para os poderosos e como ele atende de uma forma malvada os funcionários públicos e o povo trabalhador. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Com a palavra, o Ver. Isaac Ainhorn no período de
Comunicações.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Vereador Paulo Brum, no exercício da Presidência dos trabalhos
desta Casa; Srs. Vereadores; nosso ilustre convidado que honra com sua presença
este Legislativo; Srs. Vereadores presentes ao final do período da Comissão
Representativa. Com absoluta tranqüilidade podemos dizer que, embora tenhamos
um recesso de 30 dias, temos uma peculiaridade em relação aos demais
legislativos brasileiros. Se existir matéria que tenha que ser examinada com
urgência, o Sr. Prefeito, por autoconvocação, reunirá esta Casa sem nenhum ônus
aos cofres municipais, diferentemente de outros legislativos em níveis estadual
e federal. Esta Casa, por determinação da Lei Orgânica, não tem plus em relação
a qualquer convocação extraordinária.
Estamos chegando ao final de
um recesso, mas um recesso que teve a característica de um bom e civilizado
debate aqui, nesta Casa, durante o período em que esta aqui se reuniu.
Gostaríamos, nesta oportunidade, de fazer um registro que nobilita, sobretudo,
essa categoria que vem sendo, nos últimos meses e anos, neste País,
espezinhada, desprezada, que é a categoria do funcionalismo público. É em nome
desse sentimento de valorização dessa categoria que nós comparecemos ao
Plenário desta Casa para comunicar que neste mês, na Cidade de Curitiba, entre
os dias 21 e 25 de julho, servidores de
Câmaras Municipais de todo o País estiveram discutindo as reformas pretendidas
pelo Governo Federal, de ordem administrativa e previdenciária, preocupadas que
se encontram as Câmaras Municipais de todo o País com a busca de uma nova estrutura organizacional
dos servidores para responder aos desafios tecnológicos que estão na ordem do
dia da estrutura organizacional da ordem mundial, da ordem econômica brasileira
e também da estrutura da Administração Pública brasileira.
Para nosso orgulho, no
Congresso da Associação Brasileira dos Servidores de Câmaras Municipais, foi
eleita uma nova diretoria, e fazemos o registro, com satisfação, que, dentre os
novos dirigentes dessa Associação, dez deles são oriundos deste Legislativo. E,
para manifestar o reconhecimento desta Casa, valho-me do tempo de Comunicação para
registrar o nome desses servidores para que conste dos Anais desta Casa.
Referimos os nomes dos servidores desta Casa: como Vice-Presidente da Região
Sul, Valtair do Amaral Madalena; como Diretora do Núcleo de Estudos
Legislativos, Nara Maria Jurkfitz; como
Diretor do Núcleo Legislativo Internacional, o funcionário aposentado Wenceslau
Gonçalves. Também como integrante dessa diretoria, Ilse Boelouwer e Edi Cogo,
como representantes do Estado do Rio Grande do Sul. Fazemos esse registro com
muita satisfação, porque não deixa de ser, em nível nacional, de uma associação
de servidores nacional de Câmaras Municipais, em que há uma representação muito
significativa de funcionários deste Legislativo Municipal, o que representa,
inegavelmente, a participação da Câmara Municipal na organização nacional dos servidores de Câmaras Municipais. E não
poderíamos deixar de fazer esse registro e esse reconhecimento, até porque é
sabida a qualificação técnica que esta Casa possui no seu corpo e na sua
estrutura funcional.
A Câmara Municipal de Porto
Alegre, na assessoria legislativa, há muitos anos é referencial obrigatório
para todos os legislativos municipais, e não só os 467 Municípios que compõem
hoje o Estado do Rio Grande do Sul, mas notadamente quando se verifica a
surgimento de dezenas de novos Municípios, que comparecem aqui, na Câmara
Municipal de Porto Alegre, para buscar subsídios e elementos para a montagem
das estruturas administrativas das Câmaras Municipais desses novéis Municípios
do Estado do Rio Grande do Sul. Eles vêm aqui, obtêm essa assessoria, esse
subsídio, sem ônus nenhum, apenas feita pelos funcionários da Casa com aquilo
que poderíamos chamar de alto espírito público.
Eu, que presidi esta Casa
durante um ano, posso dizer que encontrei funcionários da maior qualificação
técnica, com grande esforço e empenho pessoal em relação ao interesse e à causa
pública. Portanto, nós não poderíamos, nesta oportunidade, Ver. Paulo
Brum, deixar de fazer o registro da eleição
de três servidores deste Legislativo na nova Associação Brasileira de
Servidores de Câmaras Municipais. Para o registro nos Anais desta Casa, mais
uma vez, referimos os nomes destes funcionários: Valtair do Amaral Madalena,
eleito Vice-Presidente da Região Sul, Nara Maria, como Diretora dos Estudos dos
Núcleos Legislativos, e o funcionário desta Casa, aposentado, Wenceslau
Gonçalves, Diretor do Núcleo
Legislativo Internacional.
Era o registro que
gostaríamos de fazer nesta manhã, por ocasião
da Comissão Representativa.
E acredito que expresso também
os sentimentos da Mesa Diretora desta Casa e dos Srs. Vereadores, quando
fazemos o reconhecimento à eleição desses funcionários desta Casa aos altos
postos dessa entidade de nível nacional, que congrega os servidores de todos os
legislativos municipais do País. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, eu
gostaria de trazer três assuntos para discutir um pouco com os nobres
Vereadores. Um deles o nobre Ver. Renato Guimarães já explanou aqui, que teve o
reforço da minha pessoa e também do Ver. Gilberto Batista. Quando percebemos que várias pessoas têm a mesma
impressão e informações sobre determinado assunto, há uma tendência de que
realmente isso seja verdade, se alguém tinha dúvida. Portanto, não é uma culpa
direta da empresa NET mas, com certeza, das suas contratadas, que estão fazendo
um péssimo trabalho nesta Cidade, colocando em risco as pessoas, equipamentos
públicos, no caso do poste na frente da casa do Ver. Gilberto, e com a
possibilidade também, como já me referi antes, de trazer transtorno à rede do
esgoto pluvial ao jogar na calçada
sobras e mais sobras de cabos e outros elementos dessa instalação. Imagine, Ver.
Paulo Brum, se fosse uma empresa pública que estivesse agindo dessa forma, o
que a RBS não estaria colocando nas folhas do seu jornal?! Mas é uma empresa
privada, prestando um péssimo serviço. E não foi nenhuma nem duas vezes em que,
na minha residência, ao ligar a televisão, a tela da televisão está azul, fora
do ar, mas, no final do mês, a conta é exatamente a mesma. Estou-me preparando
para fazer o registro dos dias em que sai do ar a empresa, porque terá que
haver um abatimento. No caso do abastecimento de água, de energia elétrica, é o
que passa no contador da eletricidade ou no hidrômetro. E nos dias em que não
tem sinal, como é que fica? Queremos saber disso direitinho.
Outro tema sobre o qual
temos trabalhado bastante, e foi matéria de ontem nos jornais, na própria “Zero
Hora”, foi que aconteceu um incêndio numa lanchonete e os bombeiros voltaram a
ter problemas por falta de equipamento. V. Exas. devem estar lembrados que, no
começo do ano, mostrei que os bombeiros, no ano de 1997, teriam verbas menores
do que no ano de 1996, embora tivesse crescido o percentual para investimento.
De fato, os bombeiros da Capital têm mais uma escada magirus, receberam
mangueiras e outros equipamentos, mas é ainda muito acanhada essa movimentação
do Governo Federal. Temos nove estações. A última foi construída pela
Prefeitura na Av. Mauá, que, até há pouco tempo, não tinha equipamento nenhum,
nem um caminhão - o Ver. Pedro Américo Leal trouxe essa denúncia à Casa -, e
agora tem um caminhão, mas precisaríamos ter 20 postos de bombeiros na Cidade.
Temos apenas nove e com deficiência.
Estamos no inverno, embora
com a temperatura alta, mas ainda no inverno. No verão passado, acompanhamos,
todos, o que aconteceu na Cidade em termos do número acentuado de incêndios e
da precaríssima situação do Corpo de Bombeiros. Naquela ocasião, eu já dizia: é
preciso que o Governo do Estado suplemente verbas para o Corpo de Bombeiros; do
contrário, vamos passar, de novo, no próximo verão, uma situação difícil. Vamos
esperar que a sorte nos ajude, mas os dirigentes públicos não podem se fiar
nisso. Têm que trabalhar com antecedência, e esse é o período para isso.
Aumentou a verba? Aumentou um pouco, mas ainda é muito pequena em face do que
se precisa. Quero, a partir da situação de ontem, da matéria trazida nos
jornais, de novo dirigir a palavra ao Sr. Secretário Eichenberg e ao Sr. Governador do Estado, Sr. Antônio
Britto, que precisam tomar a iniciativa, já agora, para que o Corpo de
Bombeiros tenha melhores condições para o próximo verão, principalmente. Eu busco a referência dos jornais para não
parecer um discurso subjetivo, mas em cima de dados concretos.
O jornal “Correio do Povo”,
na sua página 5 da edição de ontem, trouxe a manchete: “Rio Grande do Sul já
tem 1,5 milhão de indigentes”. Não se refere a pobres, se refere a indigentes.
Portanto, 10% da população do Rio Grande do Sul está abaixo da linha de pobreza, miséria completa. Depois de dois
anos e sete meses de Governo Britto e Governo Fernando Henrique, que seriam a
redenção do País, com novas propostas que vão trazer alento à população, ao
Estado do Rio Grande do Sul, o que se percebe, com dados concretos, e há tempos
os jornais também publicaram, é que o
País havia caído dez pontos em um levantamento que faz a ONU na qualidade de
vida da população, no último período, com o Governo Fernando Henrique. Nós
perguntamos: mas como? Afinal, como é isso? A lógica com que trabalham esses
dois governos não tinha que dar resultado? Depois de dois anos e sete meses não
tem mais desculpa para isso. O que vemos é um governo que abre mão de impostos
e a arrecadação cai. Só de isenção de exportações o Estado vai perder 600
milhões de reais. Com FEF, teremos mais perda para o Estado. Abrimos mão -
através do FUNDOPEN e outros - de 75% do ICMS para uma possiblidade futura.
Quem sabe, um dia, talvez daqui a dez, quinze anos, isso retorne, mas a miséria
está agora nas nossas portas.
E ontem eu tive a satisfação
- que a Prefeitura faz movimentos, sim,
nesse sentido - de participar da inauguração, na Lomba do Pinheiro e no
Partenon, de um Programa de Proteção às
Famílias de Risco, que exige que as crianças estejam na escola e que vai dar
150 reais para essas famílias e acompanhamento de assistente social, todo um
trabalho feito junto com a iniciativa privada, mostrando como se deve fazer uma
parceria - junto com as empresas Zamprogna,
Panvel, Avipal e Zaffari -, que
vai ampliar toda essa rede de atendimento. Iniciativas concretas de quem quer,
de fato, resolver esse grave problema social que, como fica provado, o Governo
Fernando Henrique e o Governo Britto
ampliam no Estado, no País, assim como na nossa Cidade.
A Sra. Anamaria Negroni: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Eu não posso concordar com o que V. Exa. está dizendo, que, nesses
dois anos e meio, os Governos Estadual e Federal não tenham feito nada. Ao
contrário. Esse programa, inclusive, está sendo copiado com outro nome: tem o
nome de Renda Mínima e é um projeto do nosso Deputado Federal Nelson Marchezan.
É um projeto que teve, como semente, um projeto de Campinas, de um Prefeito
nosso, do PSDB. Foi apenas modificado, como é a prática do PT: tirar o nome e
trocar para fazer a mesma coisa. Eu gostaria de perguntar: o que é que a
Prefeitura Municipal, com tantos miseráveis que estão em Porto Alegre, tem
feito em oito anos e meio?
O SR. GUILHERME BARBOSA: Poderíamos dizer que quem copiou o projeto do nosso
Senador Suplicy foi o Deputado Marchezan, porque o projeto é de autoria, há
muito tempo, do nosso Senador. Mas quem quer copiar coisa boa copia. Agora,
quem implementa somos nós.
O Governo do Estado - está
aqui, não sou eu que estou dizendo - só aumenta a miséria no Estado. Há uma
crise financeira sem tamanho. Está aí, falta de pulso, inclusive, da Secretaria
da Fazenda - cai a arrecadação, abre mão de impostos. É uma crise de uma forma
de governo que eu não esperava que viesse tão cedo ao debate. Isenção para cá,
para lá, abre mão disso... e o resultado concreto é que dá muitas vantagens
para algumas, e a gente vê: as empresas de calçados estão saindo. É uma “piração”, é uma forma suicida de
administração que se concretiza claramente em toda essa crise que estamos
vivendo. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Gerson Almeida está com a palavra.
O SR. GERSON ALMEIDA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, vou secundar o Ver.
Guilherme Barbosa, do nosso Partido. O Governo Fernando Henrique Cardoso e o
Governo Britto são favoráveis à renda mínima, muito mínima mesmo, porque
basta ver o salário que pagam aos
servidores públicos. Só que perverteu a idéia original do nosso Senador Eduardo
Suplicy. É uma renda mínima não para aqueles que estão desempregados ou para os
excluídos: uma renda mínima para os assalariados, funcionários públicos e aí por
diante. Muito mínima mesmo, às vezes, é
menor do que o salário mínimo.
Vou dar mais detalhes sobre
a atuação dos dois milhões de reais da CRT e do Banco do Estado para a GM. Mais
dois milhões. Parece que não pára nunca de sair dinheiro dos cofres minguados
do Estado para essa grande multinacional. O melhor negócio é ser da GM porque
ganha mais dois milhões.
Vejam só: havia duas
alternativas que o grupo técnico da CRT fez para a implantação de um sistema
complexo e amplo de telecomunicações no chamado complexo da GM. Podemos
imaginar, mesmo não conhecendo a área, o quanto de equipamentos e o quanto de
tecnologia é preciso colocar à disposição de um complexo que tem relações
internacionais permanentes. Tanto é que das próprias empresas nenhuma é gaúcha.
Algumas disseram que não era exatamente assim como foi divulgado.
O Governo Britto é
especialista em divulgar mas não em
fazer. Há a alternativa “a” e a alternativa “b”. Tanto a alternativa
“b”, que é a que menos onera a CRT e, portanto, o Estado, ela já era um
privilégio que estava sendo feito para aquele complexo em relação à normas
técnicas e em relação àquilo que o usuário comum, o cidadão do povo é obrigado
a fazer quando tem um telefone instalado. A CRT, serviço público, por norma da TELEBRÁS, é obrigada a colocar a instalação até a
caixa de entrada do prédio. De lá para dentro da residência, é uma obrigação do
usuário. Isso é legítimo; ninguém reclama. Custa 100, 150 reais, que todo o
mundo tem que pagar. A GM não precisa pagar.
Pela alternativa “a”, a CRT
investe dois milhões, 144mil e 380 reais e, mensalmente, tem um custo de 71 mil
e 272 reais. Na alternativa “a”, o complexo tem um investimento de 150 mil
reais e, mensalmente, três mil reais.
A alternativa “b”, que já é
privilegiada, dá para a CRT, em vez de dois milhões e 144 mil, um investimento
de 578 mil e 600 reais e, mensalmente, em vez de 71 mil, dois mil reais. O
complexo, por sua vez, na alternativa “b” tinha que investir 1.641 mil reais e,
mensalmente, 67 mil reais, ou seja, praticamente invertia os papéis de uma ou
outra.
O grupo técnico apresentou,
como foi solicitado, as suas alternativas. A Direção da empresa e o Governo do
Estado não tiveram nenhuma dúvida em optar por aquela alternativa que,
praticamente, doa à General Motors todo o sistema de telecomunicações,
estabelecendo um privilégio inaceitável, porque acaba criando um
castelo-de-cartas. Qualquer outro empresário privado vai exigir condições, no
mínimo, iguais, senão superiores. Eu tenho informação de que o grupo VOMPAR
(sic) já está cobrando da CRT condições iguais. Por que o Grupo VOMPAR vai
pagar e a GM não vai? A GM que já recebeu 200 e tantos milhões de reais! Isto
aqui é um exemplo da forma suicida com a qual o Governo do Estado tem tratado
as empresas e as finanças públicas. É impossível gerir um Estado desta maneira!
Vou citar mais um exemplo e
denuncio isto numa semana em que o Governo do Estado, da forma mais truculenta
possível, manda um projeto ao final da tarde e quer que a Assembléia
Legislativa vote 40 minutos depois, entregando o maior patrimônio público e
aquele setor estratégico para a economia, em qualquer dimensão que a olhemos,
que é o setor de telecomunicações. Importantíssimo para garantir a democracia,
inclusive.
A Dep. Maria do Carmo tem-se
indignado com relação a isso. O Dep. Paulo Vidal, do PSDB, se indignou em
relação a isso. A nossa Assembléia gaúcha, por parte de uma maioria que se
estabeleceu, tem demonstrado um servilismo jamais visto ao Poder Executivo.
Isso é bastante lamentável e fere um
dos princípios básicos da democracia, que é os poderes tendo possibilidades de
exercerem suas obrigações a seu tempo, mesmo apoiando o Executivo.
Quero seguir este rastro
demonstrando um estudo que o Prefeito Raul Pont apresentou à GRAMPAL e à FAMURS
sobre a desobrigação fiscal. Vejam que a Lei Kandir opera efeitos
negativíssimos às economias dos Estados. Passou a vigorar em setembro do ano
anterior. Desonera o pagamento de ICMS às exportações de produtos semi-elaborados, produtos primários, e
permitiu o aproveitamento de créditos do imposto referentes à compra de bens de
capital, fornecimento de energia elétrica, serviço de comunicações.
E apesar de o Rio Grande do
Sul ser um dos Estados mais prejudicados por essa Lei Kandir, porque
aproximadamente 44% das exportações são de bens, produtos básicos
semifaturados, o Governador do Estado silenciou e não disse uma única palavra
sobre isso, repetindo o comportamento que o Governo do Estado teve quando
dezenas de prefeitos lutaram fortemente contra a renovação do Fundo de
Estabilização Fiscal, que tira milhões de reais dos Municípios em uma tacada
só. Ou seja: o Governo do Estado silencia sempre quando o Governo Federal e
suas políticas tira recursos dos Estados e Municípios. Ele silencia. E o que
ele sabe fazer é aquela política fácil: aumentar impostos. E quer usar o
movimento popular como escudo, como argumento, como chantagem para impor a sua
política de privatização da CRT e aumento do ICMS.
A Sra. Anamaria Negroni: V. Exa. permite um parte? (Assentimento do orador.)
Com todo o respeito que tenho, digo: de duas uma, ou V. Exa. é
mal-intencionado...
O SR. GERSON ALMEIDA: Sr. Presidente, eu retiro o aparte.
O Sr. Cláudio Sebenelo: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.)
O Sr. está chamando o Governador Antônio Britto de chantagista?
O SR. GERSON ALMEIDA: Com certeza. Eu retirei o aparte, porque não trato
debates nos termos em que a Vereadora insistentemente quer fazer.
Só na Região Metropolitana,
estima-se que o total da arrecadação do ICMS chega 333 milhões de reais,
significando uma perda de 83 milhões de reais aos Municípios da Região
Metropolitana. Se isso não é incompetência, não é desobrigação para com as
questões do Estado, se isso não é maquinar uma falência orquestrada do serviço
público do Estado, eu sinceramente não sei mais o que é mal-administrar um
Estado. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Vera. Anamaria Negroni está com a palavra.
A SRA. ANAMARIA NEGRONI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. O espaço entre as
reuniões semanais da Comissão Representativa tem-me permitido alguns momentos
de reflexões sobre os temas mais atuais do Brasil e o momento político que
vivemos em Porto Alegre. E nesta semana o assunto não poderia ser outro, a não
ser a invasão do Plenário da Assembléia
Legislativa por servidores estaduais, sindicalistas e até políticos bastante
conhecidos. Tais criaturas se comportaram como verdadeiros vândalos, pois além
de incitar, participaram da invasão daquela Casa do Povo, comparando-a a uma “rés
nulius”. Que tipo de ética é praticada,
por exemplo, pelo Partido dos Trabalhadores, que tem o Presidente de honra
morando de favor na casa de empresário, denunciado por um militante do PT, de
favorecimento ilícito em negócios envolvendo prefeituras comandadas pelo mesmo
PT? O Presidente submete-se ao ridículo de participar de uma comissão de ética
formada por companheiros seus com a finalidade de apurar tais denúncias. Ora,
uma comissão de petistas para julgar acusações contra o Lula é o mesmo que perguntar
para uma turma de colorados fanáticos para qual time eles torcerão no próximo
Gre-Nal. E no caso do Vacareza, o tal funcionário fantasma da prefeitura
paulista, qual foi a ética aplicada? Pelas últimas informações por mim obtidas,
Vacareza não foi expulso do PT e continua lá, muito bem, sem quaisquer
constrangimentos por parte dele ou mesmo da Executiva Regional ou Nacional do
PT.
Vejam bem: toda essa roupa imunda encontra-se estendida
no varal do PT que, por sinal, já se encontra sobrecarregado. A qualquer
momento despencará tudo, e daí salve-se quem puder, pois, certamente, será uma
imensa podridão. PT, o Partido dos Trabalhadores, o partido que se autodenomina
como sendo o mais ético, mais honesto, em suma, o melhor entre os melhores!
Logo quem! Na realidade, o PT é um partido representado por algumas pessoas sérias, bem como por
inúmeras outras simplesmente desprezíveis. É um partido como um outro qualquer,
porém, o que o difere é a mania de tentar vender a idéia de que são melhores
do que os outros, quando não o são. E o
pior reside no radicalismo, na oposição sistemática, no seletismo e, o pior,
naquilo que abominamos - o anarquismo, o esquecimento de um parlamentar de seu
compromisso com a democracia. E ainda:
onde foi parar a ética dos parlamentares
que incentivaram a invasão do recinto mais sagrado, que é o Plenário de
um parlamento. Foram Deputados e Vereadores do PT e do PC do B que, de braços dados, expulsaram os seus colegas de
Assembléia e fecharam o Parlamento, alguns, inclusive, repudiados por seus
próprios companheiros de partido. Onde ficou a ética da Deputada do PT,
classificada de canalha por outro Deputado do PT? E a ética da Vereadora do PT, nossa colega aqui na Câmara, que
incentivou a invasão e invadiu o Plenário da Assembléia, acompanhada de
sindicalistas que, poucos dias antes, estiveram aqui nas galerias erguendo
faixas e bandeiras em defesa do Título de Cidadão ao Sr. João Pedro Stédile?
Sindicalistas profissionais,
facilmente identificáveis, que não titubearam em vaiar essa Vereadora que votou contra a anarquia
que se pretendia estabelecer. Pois eles estavam lá, na Assembléia Legislativa
do Estado, invadindo e apoiando a anarquia. Eles, os defensores do Sr. Stédile,
que - no “Jornal do Brasil”, que aqui tivemos oportunidade de ler, bem como
notícias de outros periódicos nacionais - pregam a luta de classes e incentivam
o povo a se rebelar contra o Governo, como fizeram os bolcheviques.
Ora, o Sr. Stédile, será que
ele merece a senhoria? O grande incentivador da anarquia, quando percebeu a
gravidade de seus discursos e em citações, covardemente pretendeu desdizer os
seus discursos, mas, quando lhe foi garantido que estava tudo gravado pela
mídia, então, não teve outra forma de poder continuar mentindo. Onde ficou a
ética da proponente da feliz homenagem que, pelo menos até agora, não
pronunciou uma palavra a respeito da invasão da Assembléia, das declarações do
seu pretenso homenageado e muito menos da ética parlamentar, ignorada na hora
de desrespeitar os Deputados Estaduais e o Parlamento gaúcho? Que tipo de ética
move o Líder do PT nessa Casa? O ilustre Ver. Gerson Almeida, pelo que me
informaram, é representante dos telefônicos, e é colega do Sr. Jurandir Leite,
aquele exibicionista, aquele ridículo que apareceu em todos os jornais do
Brasil e em alguns do mundo, em pé, em cima da mesa de um Deputado, numa
atitude digna do mais pífio provocador e baderneiro. Pois o seu colega aqui da Câmara em nenhum momento usou a
tribuna para, pelo menos, tecer algum comentário a respeito do ato insólito
cometido pelo presidente do seu
sindicato. Ou será que a ética do Líder do PT admite atitudes como as cometidas
pelo Sr. Jurandir? Em caso positivo, acredito que, na próxima Tribuna Popular a
ser utilizada pelo SINTTEL, teremos o seu Presidente, aquele anarquista, que
certamente dispensará a tribuna para discursar em cima da mesa do seu próprio
colega Líder do PT. Provavelmente, isso para o PT seja um fato de menor
importância, não significaria nada mais na visão do PT, visto que, sem dúvida,
tem silenciado diante de tais fatos e não representaria para o PT qualquer
quebra da ética ou qualquer mácula à manutenção do Estado de direito.
O Código de Ética, Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, que temos nessa Casa é fruto de um projeto de lei
de um Vereador do PT. Então, isso é o que me leva a crer que o mesmo não tenha sido discutido pela grande maioria
dos membros da atual Bancada. O autor e seus companheiros de Bancada, que sabem
muito pouco de ética parlamentar, pertencem a um partido que, nas televisões,
gritou ser o mais sério e o mais honesto. Mas que conceito de honestidade é
esse, que permite que seus seguidores invadam o Plenário da Assembléia, fechem
parlamentos, agridam colegas, subam em mesas e desrespeitem os mais
rudimentares conceitos do bom senso e da democracia? É incrível, Sr. Presidente
e Srs. Vereadores, mas essas pessoas, as mesmas que participaram de toda a
baderna na Assembléia Legislativa, que pregam a luta de classes e a insurreição
contra o Estado de direito, as mesmas que se locupletam ilicitamente com
funcionários fantasmas e com favores dos empresários, pretendem, à força,
governar o nosso Estado e, o que é pior, o nosso Brasil.
Sr. Presidente, gostaria de
usar o tempo de Comunicação de Líder.
O SR. PRESIDENTE: Não há mais quórum. Se o Plenário concordar...
A SRA. ANAMARIA NEGRONI: Obrigada, Sr. Presidente. Quiméricas, nada mais que
idéias quiméricas de militantes anarquistas, petistas que, sem discurso e sem
programa alternativo, não se conformam em terem permanecido pelo meio do
caminho. Fico imaginando que tipo de governo seria esse, tendo em vista que,
como única alternativa para solucionar os problemas do Brasil, o PT apresentou
o Plano Brasil Caloteiro, ou seja, um Brasil que não deve pagar os seus débitos
externos para solucionar o problema social existente. Certamente, seria aquele
governo que nos obrigaria a conviver com a baderna, com a anarquia e, o que é
mais terrível e inconcebível, com os conceitos de ética do PT. Como patriotas
que somos, como podemos aceitar que o nosso Brasil, o nosso querido País seja
um país caloteiro? Que mau exemplo dão esses petistas! Serão eles também
caloteiros? Por mais simples e humilde
que seja o nosso trabalhador brasileiro, aquele da vila mais simples da
capital, mais humilde da capital, ele não aceita ser um caloteiro. Ele se
priva, mas busca adimplir, não deixa de quitar os débitos que foram por eles
constituídos. Mas felizmente o povo está
começando a abrir os olhos, está começando a enxergar quantos e quais
são os oportunistas e anarquistas de plantão, e em decorrência disso a
comunidade está estreando seus pronunciamentos, estes contrários a tais
barbáries.
A princípio, as vozes eram
escassas, baixas e dispersas; porém, a cada dia que passa, sinto que mais
manifestações ecoam, ganham força, se avolumam e já incitam ações contra o
anarquismo e reivindicam a ordem, a
manutenção do Estado de direito e a
sustentação da democracia como nosso regime político. Democracia. Que
grande significado tem para nós brasileiros tê-la e finalmente tê-la alcançado!
Entretanto, muitas vidas foram sacrificadas, muito sangue foi derramado até que
definitivamente a tivéssemos conquistado.
Ao encerrar meu
pronunciamento, afirmo que não temo vaias das oposições, muito menos quando
aquelas são pertinentes ao meu mais veemente repúdio ao anarquismo. E mais:
registro aqui o meu alerta às senhoras e aos senhores anarquistas e
oportunistas de plantão. Sou uma ferrenha defensora da democracia e, em
especial, da social-democracia. Considero-me um soldado, guerreira, destemida,
uma verdadeira Caxias. Assim, aproveito a ocasião para deixar aqui considerada
a minha promessa ao povo porto-alegrense e ao povo brasileiro: encontrar-me-ei
sempre alerta e de prontidão para defender o Estado de direito e a democracia
do nosso querido Brasil. Muito grata.
(Não revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: Estão encerrados os trabalhos da presente Reunião Ordinária.
(Encerra-se a
Reunião às 12h17min.)
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